INFLUÊNCIA PARENTAL SOBRE O COMPORTAMENTO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL NO PÚBLICO INFANTO-JUVENIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • Autor
  • Kalina Maria Nascimento Oliveira
  • Co-autores
  • Yohanna Sousa Ribeiro , Isadora Nogueira Vasconcelos
  • Resumo
  •  

    Introdução: A obesidade infantil ocorre quando há um consumo calórico elevado associado a baixo gasto energético, é uma doença multifatorial associada a questões genéticas e principalmente ambientais e comportamentais. De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade infantil afeta cerca de 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no Brasil (2021). O consumo excessivo de alimentos de baixa qualidade nutricional com alto teor calórico ricos em gorduras e açúcares corroboram para o aparecimento do quadro em crianças e adolescentes, além disso, a obesidade infantil está relacionada com diversos problemas de saúde como hipertensão, dislipidemia, e problemas cardiovasculares afetando diretamente a qualidade de vida das crianças e adolescentes acometidos. Com relação aos fatores ambientais, os pais exercem um importante papel na construção de hábitos alimentares e cuidados com a saúde dos filhos, em um estudo foi concluído que pais que possuem o Índice de massa corporal (IMC) elevado possuem filhos com excesso de peso além disso, o reflexo da alimentação dos pais na alimentação das crianças e adolescentes é considerável tendo em vista que o excesso de peso das crianças ocorre, em grande parte, por consequência da má alimentação que os mesmos proporcionam. Há estudos que revelam que muitos pais que têm filhos com sobrepeso não reconhecem o excesso de peso nos filhos ou não consideram esse fator como um problema de saúde. Objetivo: Avaliar na literatura os achados de como a influência dos pais podem refletir no comportamento alimentar do público infanto-juvenil. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, com pesquisas feitas nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de setembro de 2024. Os descritores em saúde utilizados foram: (Pediatric Obesity) AND (Feeding behavior) em ambas as bases de dados. Como critério de inclusão foi adotado: Ensaio clinico randomizado, que contasse com os participantes de até 18 anos, e que o grupo de intervenção se caracterizasse pelo o processo de ter tido educação alimentar e nutricional. Como critério de exclusão foi adotado: Outros tipos de estudos que não fossem ensaios clínicos, trabalhos de TCC, mestrado, trabalhos com públicos com a faixa etária fora da estabelecida, e que não tivesse o processo educacional como intervenção. Com isso, foi selecionado 4 artigos que contemplasse o tema escolhido para esta revisão. Resultados e Discussão: Em um estudo randomizado feito com público de 6 a 18 anos, foi analisado através de um questionário, a frequência do consumo de grupos de alimentos: grupo 1: refrigerantes, sucos artificiais; grupo 2: suco natural da fruta; grupo 3: frutas; grupo 4: batata frita; grupo 5: vegetais; grupo 6: fast food; grupo 7: doces; grupo 8: salgadinhos. O grupo intervenção (na qual os pais tiveram o processo de educação alimentar e nutricional durante 6 semanas) mostrou redução no consumo de fast food, refrigerantes e batata frita. Porém, os pais não observaram diminuição para doces e salgados. Além disso, foi observado o aumento do consumo de vegetais (p=0,009). Já em outro ensaio clinico, foi feito o acompanhamento educacional durante 1 ano. Eles começaram o acompanhamento com os pais quando os filhos tinham até 8 semanas de nascido. Foi observado que no grupo de intervenção as crianças apresentaram o IMC menor, tiveram os níveis de colesterol mais baixo, assim como também redução dos níveis de triglicerídeos, e menor consumo de gorduras e carboidratos simples em comparação com o grupo controle, que apresentou nível de HDL inadequado e menor consumo de fibras. Em um terceiro ensaio clinico, com duração de 3 meses, feito com 177 crianças de 5 a 11 anos com diagnóstico de obesidade, foi possível observar as seguintes melhorias nos hábitos alimentares do grupo de intervenção: redução de mães que forçavam que os filhos comecem toda a comida do prato (p=0,003); diminuíram as mães que permitiam substituição de alimentos (p<0,001); crianças melhoraram o consumam de frutas (p=0,002) e vegetais (p<0,001); crianças abondaram o hábito de comer em frente a televisão (p<0,001) e redução do nível de HOMA-IR. Em outro estudo com público de 6 a 18 anos, analisaram o índice de massa corporal de crianças, cujo os pais passaram pelo o processo educacional. O grupo experimental apresentou durante o programa, redução no IMC (p=0,032), principalmente nas participantes do sexo feminino (p=0,03). Além disso, os resultados foram melhores com crianças mais novas, pois crianças mais velhas tendiam a não seguir as recomendações. Considerações finais: Dessa maneira, através dos dados da literatura revisados neste estudo pode-se observar que os pais têm importante papel na promoção de hábitos alimentares e estilo de vida nas crianças e adolescentes.  Além disso, pais que passam por educação alimentar e nutricional, possuem melhor conhecimento sobre os cuidados com a criança no âmbito nutricional. Apesar dos resultados encontrados, faz-se necessária a realização de novos estudos acerca da influência que o comportamento alimentar parental possui no comportamento alimentar e estado nutricional do público infanto-juvenil.

     

  • Palavras-chave
  • Comportamento alimentar 1; Crianças 2; Adolescentes 3
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Alimentos, nutrição e saúde
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Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XII Encontro de Iniciação à Pesquisa, XII Encontro de Monitoria, o XIV Encontro de Pós-graduação e o V Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.

Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

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