Introdução: O tratamento de doenças e condições através de procedimentos operatórios tem se tornado um componente essencial para o manejo adequado do cuidado integral à saúde. O Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF) repassou que entre março e outubro de 2023 foram realizadas 350.225 cirurgias no Brasil (Brasil, 2024). Nesse contexto, a realização de cirurgias eletivas em todo o país irá aumentar, o que poderá contribuir para o desenvolvimento de algumas complicações na Ferida Operatória (FO). A FO é resultante de um corte ou incisão no tecido mediante um instrumento cirúrgico cuja abertura possibilita o acesso à uma área específica do corpo com a finalidade de tratamento como: extirpação (exérese), correção, drenagem, ligamento, transplante etc. Após a intervenção, as bordas da pele saudável ao redor da incisão são aproximadas por meio de suturas, grampos ou fitas adesivas (cola) (Guitton, Oliveira e Soares, 2003). Apesar dos avanços em técnicas cirúrgicas e no manejo de feridas, as complicações de feridas cirúrgicas continuam sendo um desafio global para clínicos e pesquisadores, sendo as mais comuns em alguns ambientes clínicos, superando as lesões por pressão e outros tipos de feridas (Sandy-Hodgetts et al., 2020). As complicações pós-operatórias podem prejudicar o estado clínico do paciente, aumentando demandas metabólicas e imunológicas, além de gerar dor, ansiedade e prolongar a internação. Isso eleva os custos do tratamento e pode comprometer o resultado cirúrgico, exigindo novas intervenções. Assim, a prevenção e detecção precoce são essenciais (González et al., 2022). A enfermagem atua diretamente nos cuidados perioperatório e no manejo da ferida no pós operatório sendo de sua responsabilidade contribuir para construção desse conhecimento. Nesse contexto, a simulação realística se sobressai como uma técnica essencial e valiosa para o treinamento de profissionais em formação na área da saúde, incluindo enfermeiros. Objetivo: Desenvolver um simulador para o manejo de cuidados de enfermagem na deiscência de feridas operatórias. Metodologia: Trata-se de estudo metodológico sobre o processo de construção de simulador para manejo de cuidados em enfermagem com feridas operatórias (FO) seguindo o referencial de Moura et al. (2017). O trabalho compreendeu duas fases: 1) Estado da arte, em que se pesquisou referenciais teóricos e imagens atualizadas sobre feridas operatórias e deiscências, durante o mês de agosto de 2024, nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) utilizando-se as palavras chaves: Deiscência da Ferida Operatória AND Enfermagem. Além disso, utilizou-se mais duas outras obras Murphy et al. (2022) e Sandy-Hodgetts et al. (2020). 2) Desenvolvimento do simulador de FO, realizado em setembro de 2024, em uma Instituição de Ensino Superior (IES) em Fortaleza-Ceará. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o CAAE nº 30939420.1.00005054. Ademais, o processo de validação acontecerá em um momento posterior. Resultados e Discussão: Na primeira etapa do estudo, realizou-se o Estado da arte, através do levantamento bibliográfico sobre o tema e selecionaram referências que formaram o arcabouço teórico para construção do simulador de FO. Em posse desses conhecimentos, iniciou-se segunda etapa, a qual consistiu no desenvolvimento do simulador. Foi realizada a montagem de uma placa com os seguintes materiais: um retalho de isopor 30mm, 500g massa de biscuit, tinta acrílica, verniz acrílico, pincéis e fios de sutura. Do isopor foi extraído um pedaço (placa) de aproximadamente 18cm x 25cm e foi efetuado três inserções rasas, de 12cm, 15cm e 12cm de comprimento simulando corte cirúrgico de feridas operatórias. Em seguida, a placa foi envolvida com a massa para biscuit. Aguardadas 24h, as inserções foram pintadas conforme as características de feridas operatórias e deiscências, abordando a separação das incisões cirúrgicas, exposição de tecidos e presença de inflamação. Aplicou-se fios de sutura para tornar o simulador mais realístico. Concluída essa etapa, as placas receberam uma camada de verniz para aumentar sua durabilidade e preservação. O custo firmou-se em aproximadamente R$ 43,00. Considerações finais: Os simuladores oferecem um ambiente de aprendizado seguro, permitindo que erros sejam cometidos sem colocar pacientes em risco, além de possibilitar a repetição da prática até que as habilidades sejam plenamente adquiridas. Ao idealizar a construção desse simulador aprofundou-se o conhecimento sobre a temática feridas operatórias e suas complicações e buscou possibilitar a prática em um simulador de fácil construção, que se pode manipular sem danificar o produto e que seja capaz de transmitir o conhecimento através da visualização, treinamento e o desenvolvimento do raciocínio clínico em diversas situações. Dessa forma, acredita-se que os simuladores são fundamentais na formação de profissionais de enfermagem, aprimorando o conhecimento, qualificando-os e contribuindo para a melhoria do atendimento ao paciente. Como limitações, o simulador de FO pode não replicar perfeitamente todas as nuances de uma ferida operatória real. Ele não permite também avaliar alguns aspectos clínicos como dor, odor e presença de secreção. Necessita de conhecimentos para sua construção que envolvem o manuseio da massa de biscuit e habilidade com pintura. Espera-se que, após o processo de validação, essa tecnologia possa ser integrada às atividades de ensino e aprendizado de estudantes de graduação em enfermagem.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da Conexão Unifametro 2024!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do XII Encontro de Iniciação à Pesquisa, XII Encontro de Monitoria, o XIV Encontro de Pós-graduação e o V Encontro de Experiências Docentes. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais.
Esperamos que essa coletânea possa auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Agradecemos a todos pela confiaça em compartilhar suas produções científicas em nosso evento e contamos com sua participação na próxima Conexão!.
Boa leitura!
Prof. Antonio Adriano da Rocha Nogueira
Coordenador da Comissão Científica da Conexão Unifametro 2024.
As normas para submissão e apresentação de trabalhos podem ser acessadas em: https://doity.com.br/conexao-unifametro-2024-1/artigos
Comissão Organizadora
Unifametro
Fábio Júnior Braga
Laiza Rodrigues
Tom Lobo
Jéssica Loureiro
André de Sousa Sales
Thalita Rodrigues
Kely de Souza Pereira Maciel
Yara Emilly Lima Bezerra
Viviany Santos Oliveira
Alex Moura Paixão
Keise Daiane Teixeira Sousa
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira - Coordenação Comissão Científica
Denise Moreira Lima Lobo
Kauan Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail conexaocientifica@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2023 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2023
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2022 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2022
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2021 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2021
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2020 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2020
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2019 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaounifametro2019
Os anais da CONEXÃO Unifametro 2018 estão disponíveis no link: https://doity.com.br/anais/conexaofametro2018