Desafios e Reflexões na Prática Clínica Fenomenológico-Existencial: Primeiras Experiências de Estágio.

Desafios e Reflexões na Prática Clínica Fenomenológico-Existencial: Primeiras Experiências de Estágio.

• Autor
• Larissa Viegas Machado
• Co-autores
• Pedro Henrique de Castro Apolinário , Carolina Coutinho Côrtes Junqueira
• Resumo

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  Este trabalho desenvolve reflexões acerca dos desafios de realizar uma clínica em psicologia fenomenológica-existencial a partir de uma experiência de estágio ofertada pelo Núcleo de Psicologia Aplicada (NuPA) da Faculdade Sudamérica em Cataguases, Minas Gerais. O desafio reside principalmente em sua origem filosófica e na dificuldade de conciliar tal abordagem com os pressupostos tradicionalmente psicológicos. A psicologia, desde seu nascimento, buscou legitimidade científica por meio de métodos empíricos, influenciada pelo positivismo e pelo cientificismo das ciências naturais. No entanto, a abordagem fenomenológica enquanto método científico surge com Husserl buscando desconstruir com a tradição da ciência positivista introduzindo um novo método, onde pesquisador e objeto estão relacionados. Este sendo o primeiro contato na clínica envolve diversas dificuldades. Uma delas está em constituir os conceitos de suspensão e redução fenomenológica para que seja possível perceber o objeto em si sem fazer nenhum juízo de valor pessoal, neste sentido é preciso que o estagiário consiga silenciar-se para ouvir a narrativa do cliente. Outra diz respeito ao receio do que falar, pois mesmo que exista uma supervisão com um professor da área, onde se tem a todo momento uma orientação para as estagiárias, é comum que surja dúvida de o que fazer por receio do que pode acontecer diante de alguma fala ou pergunta e como lidar com a reação do cliente diante de tal colocação. Então, a todo momento o medo de dar certo ou errado se faz presente, tornando mais difícil o se lançar e ousar tentar silenciar-se para realmente ouvir e desenvolver a arte do bem perguntar. A partir disso vem a dificuldade do estagiário em lidar com sua própria angústia para permitir que o fenômeno se apresente como ele é, considerando que é necessário também conter algumas perguntas que vem à cabeça por “curiosidade” e entender esse limite entre a ética profissional. O atendimento com criança é desafiante, pois é difícil separar o ponto de vista da demanda que os pais trazem e a demanda verdadeira apresentada pela criança, que se diferem em alguns casos. Além disso, o atendimento das “crianças” exige uma atenção desafiadora, pois é necessário se atentar na demanda que se apresenta durante o encontro e ao mesmo tempo lidar com as escolhas do cliente em relação aos brinquedos/jogos que serão utilizados. Considerando as dificuldades aqui apresentadas, vê-se que a primeira experiência do fazer clínico em psicologia fenomenológica-existencial é desafiante em diferentes aspectos, no entanto, esses obstáculos são fundamentais para o desenvolvimento da prática clínica, tendo em vista que a supervisão e orientação de estágio garante que os estagiários aprimorem os conhecimentos teóricos, desenvolvam competências clínicas e sigam os princípios éticos da profissão. Além de proporcionar um espaço seguro para refletir sobre os desafios encontrados, discutir dúvidas e receber feedback, promovendo o crescimento pessoal e profissional.
   
• Palavras-chave
• Clínica Fenomenológica-existencial, Experiência de estágio, Psicologia aplicada.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Ciências e Humanidades: Interdisciplinaridades e Perspectivas em diálogo