O “Não sei” e a arte do bem perguntar

  • Autor
  • Profª Drª Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo (UERJ)
  • Resumo
  • Há situações clínicas em que precisamos acolher com muito cuidado e paciência o “Não sei” ou o silêncio do analisando. Eu diria que para muitos clínicos, o silêncio é tão ou mais desconfortável que o não sei. Convém lembrar que tanto o não sei como o silêncio encaminham o clínico para que o saber como sabor possa aparecer. Lembro de uma adolescente que atendi há muitos anos. Ela vinha por imposição dos pais. A jovem extremamente rebelde os deixava muito preocupados. Para tudo que lhe era solicitado como estudar, ficar em casa, obedecer, ela respondia com total silêncio, parecendo até que iria acatar a ordem dos pais, no entanto, continuava a se comportar como ela bem desejasse. Ela chegou ao encontro comigo com o mesmo modo rebelde. Heidegger, em Seminários de Zollikon, ministrando cursos para psiquiatras e psicoterapeutas, na tentativa de dissuadi-los da tendência a tudo interpretar, dizia-lhes que interpretar em uma perspectiva hermenêutica é a arte do perguntar corretamente. Para pensar o perguntar como arte precisamos primeiramente lembrar que a resposta suscinta e apressada é o infortúnio da pergunta. Assim o perguntar aparece no instante do estranhar – ou seja – não saber do que se trata – e do poder surpreender-se frente a algo que foi relatado. Manter-se nesse estranhamento e poder surpreender-se consiste em não saber do outro a partir de teorias próprias ou presentes em compêndios. E esse não se apressar, não saber, e pacientemente ir se demorando na questão apresentada pelo paciente, diz respeito a arte do bem perguntar. Ressalto que para o analista atuar na arte do bem perguntar: em paciência, aguardando o tempo oportuno ou demorando-se não querendo apressar o tempo, ele precisa de um diferencial Kierkegaard, ou seja, conhecer as determinações hegemônicas de sua era. Uma vez conhecendo-as resistir as demandas de pressa em que os atalhos se encontram na lógica, no cálculo e nas teorias.

  • Palavras-chave
  • paciência, diferencial do psicoterapeuta, fenomenologia-existencial
  • Modalidade
  • Mesa redonda
  • Área Temática
  • Palestrantes
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É com imenso prazer que anunciamos os Anais do II Congresso de Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência do Norte e Noroeste Fluminense. Este evento que está em sua quarta edição, começando como Jornada no ano de 2018 e convertendo-se em Congresso no ano de 2020, já se estabeleceu como um espaço essencial para os diálogos e a reflexões nas áreas da Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência e se propõe a explorar nesta edição o tema: "Ciências e Humanidades: Interdisciplinaridade e Perspectivas em Diálogo".


Nosso objetivo foi transcender os limites convencionais das disciplinas acadêmicas, promovendo uma rica interação entre as Ciências e as Humanidades contribuindo assim também para a abertura e consolidação de diálogos interdisciplinares no campo das ciências em geral. O evento visou estimular uma reflexão profunda sobre como diferentes campos do saber podem se entrelaçar, dialogar e juntos contribuir para a compreensão e a solução de complexos desafios contemporâneos.


Pretendemos assim abrir novas perspectivas e possibilidades de pesquisa, ensino e aplicação prática, enfatizando a importância da colaboração entre as diversas áreas do conhecimento para pensarmos de forma consistente os principais desafios constituintes do nosso tempo. Esperávamos que, ao promover este encontro de ideias, poderíamos não só ampliar nosso entendimento sobre fenômenos humanos e existenciais sob diferentes prismas, mas também fomentar inovações metodológicas e teóricas que respondam a tais desafios.


O evento, aconteceu de forma presencial, contando com a participação de renomados acadêmicos, pesquisadores e profissionais de várias partes do Brasil oferecendo uma oportunidade única para estudantes, professores, profissionais e interessados em geral de se engajarem em palestras, debates, mas também a oportunidade para pesquisadores discentes, docentes ou profissionais de apresentarem suas pesquisas na modalidade de pôster, o que enriqueceu e expandiu os horizontes de todos os participantes.

 

Parabéns a todos os participantes do II Congresso de Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.

 

Comissão Organizadora

  • Ciências e Humanidades: Interdisciplinaridades e Perspectivas em diálogo
  • Palestrantes

Núcleo Organizador

  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Ignez Brígida de Oliveira Pina
  • Mabel Lopes de Azevedo
  • Rayssa Silva de Medeiros
  • Tamara Cecília Rangel Gomes

Comissão Organizadora

  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Daniel Fonseca Ferreira
  • Fabiana Teixeira Ramos Tavares
  • Flora Paula Freitas
  • Gesiane Rima do Vales
  • Gilberto Mazoco Jubini
  • Ignez Brígida de Oliveira Pina
  • Joel de Sá Rosa
  • Lívia Oliveira Vidigal
  • Lorena de Azevedo Gomes
  • Lucas Clem Grijó Carvalho
  • Lucas Valadão Emerich
  • Mabel Lopes de Azevedo
  • Peterson Gonçalves Teixeira
  • Rafaela Sepulveda Aleixo Lima
  • Rayssa Silva de Medeiros
  • Renato Faria da Gama
  • Rodolfo Moura Pereira
  • Tamara Cecília Rangel Gomes

Comissão Científica

  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Fabiana Teixeira Ramos Tavares
  • Gilberto Mazoco Jubini
  • Ignês Brígida de Oliveira Pina
  • Peterson Gonçalves Teixeira
  • Rafaela Sepulveda Aleixo Lima
  • Renato Faria da Gama
  • Rodolfo Moura Pereira
  • Tamara Cecília Rangel Gomes

 

congressodefenomenologia@gmail.com


Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência - NEPPFFE