O “NÃO SEI” E A ARTE DO BEM PERGUNTAR NA CLÍNICA INFANTOJUVENIL

  • Autor
  • Profª Esp. Elaine Lopez Feijoo (IFEN)
  • Resumo
  • Nietzsche diz “A criança é curiosa, descobre por que não sabe”. E ela não se envergonha por não saber. O não sei da criança aparece na simplicidade. Trata-se de uma entrega motivada pela experiência do saber, não medida pela vontade. Ao mediar-se pela vontade a entrega não acontece mais. Clarice nos mostra esse acontecimento no seu conto “Por não estarem distraídos”. Na literatura também podemos acompanhar como o não sei é tratado, em Kafka e a boneca viajante, nos é contada uma história, em que o escritor consente que não sabe sobre a relação de uma menina com a boneca perdida, deixa-se guiar pela expressão de dor da menina. Preocupado por não saber sobre a relação das meninas com suas bonecas, procura esse saber dirigindo-se a sua vizinha que também era uma criança, para se aproximar cada vez mais do modo como essa relação se estabelecia. Curioso é que Kafka não buscou conhecer essa experiência por meio de tratados ou manuais. Ele buscou o acontecimento na voz daquele que experimenta a relação menina com a boneca. Para iniciar a refletir sobre a afirmativa do filósofo, destaco a expressão “interpretar e a arte do bem perguntar” como posicionadas por Feijoo. Em um atendimento psicoterápico, apresentado por Marta Velasque Ribeiro, denominada atendimento clínico com Jujuba, a situação chega a ela como um caso de suicídio, na arte do bem perguntar pacientemente, ou seja, de não se apressar, para que o sentido da experiência de Jujuba aparecesse não como querer morrer, mas de outro querer que se encontrava na esfera da impossibilidade. Heidegger, em Seminários de Zollikon, ressalta que somente podemos querer aquilo que nós mesmos podemos executar e realizar. Kierkegaard diz que essa é a doença do homem moderno, ou seja, desespero. Jujuba desesperava por acreditar que poderia se tornar uma menina de pele branca. Ela desesperava por um querer impossível, isso por acreditar que o impossível fosse possível. Pacientemente, escapando de qualquer interpretação pautada na teoria ou nos indicadores de suicídio, na arte do bem perguntar, aparece na voz da paciente que ela queria se tornar uma menina de pele branca e não acabar com a própria vida.

  • Palavras-chave
  • Preconceito racial; desespero; clínica psicológica; infância
  • Modalidade
  • Mesa redonda
  • Área Temática
  • Palestrantes
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É com imenso prazer que anunciamos os Anais do II Congresso de Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência do Norte e Noroeste Fluminense. Este evento que está em sua quarta edição, começando como Jornada no ano de 2018 e convertendo-se em Congresso no ano de 2020, já se estabeleceu como um espaço essencial para os diálogos e a reflexões nas áreas da Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência e se propõe a explorar nesta edição o tema: "Ciências e Humanidades: Interdisciplinaridade e Perspectivas em Diálogo".


Nosso objetivo foi transcender os limites convencionais das disciplinas acadêmicas, promovendo uma rica interação entre as Ciências e as Humanidades contribuindo assim também para a abertura e consolidação de diálogos interdisciplinares no campo das ciências em geral. O evento visou estimular uma reflexão profunda sobre como diferentes campos do saber podem se entrelaçar, dialogar e juntos contribuir para a compreensão e a solução de complexos desafios contemporâneos.


Pretendemos assim abrir novas perspectivas e possibilidades de pesquisa, ensino e aplicação prática, enfatizando a importância da colaboração entre as diversas áreas do conhecimento para pensarmos de forma consistente os principais desafios constituintes do nosso tempo. Esperávamos que, ao promover este encontro de ideias, poderíamos não só ampliar nosso entendimento sobre fenômenos humanos e existenciais sob diferentes prismas, mas também fomentar inovações metodológicas e teóricas que respondam a tais desafios.


O evento, aconteceu de forma presencial, contando com a participação de renomados acadêmicos, pesquisadores e profissionais de várias partes do Brasil oferecendo uma oportunidade única para estudantes, professores, profissionais e interessados em geral de se engajarem em palestras, debates, mas também a oportunidade para pesquisadores discentes, docentes ou profissionais de apresentarem suas pesquisas na modalidade de pôster, o que enriqueceu e expandiu os horizontes de todos os participantes.

 

Parabéns a todos os participantes do II Congresso de Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.

 

Comissão Organizadora

  • Ciências e Humanidades: Interdisciplinaridades e Perspectivas em diálogo
  • Palestrantes

Núcleo Organizador

  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Ignez Brígida de Oliveira Pina
  • Mabel Lopes de Azevedo
  • Rayssa Silva de Medeiros
  • Tamara Cecília Rangel Gomes

Comissão Organizadora

  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Daniel Fonseca Ferreira
  • Fabiana Teixeira Ramos Tavares
  • Flora Paula Freitas
  • Gesiane Rima do Vales
  • Gilberto Mazoco Jubini
  • Ignez Brígida de Oliveira Pina
  • Joel de Sá Rosa
  • Lívia Oliveira Vidigal
  • Lorena de Azevedo Gomes
  • Lucas Clem Grijó Carvalho
  • Lucas Valadão Emerich
  • Mabel Lopes de Azevedo
  • Peterson Gonçalves Teixeira
  • Rafaela Sepulveda Aleixo Lima
  • Rayssa Silva de Medeiros
  • Renato Faria da Gama
  • Rodolfo Moura Pereira
  • Tamara Cecília Rangel Gomes

Comissão Científica

  • Crisóstomo Lima do Nascimento
  • Fabiana Teixeira Ramos Tavares
  • Gilberto Mazoco Jubini
  • Ignês Brígida de Oliveira Pina
  • Peterson Gonçalves Teixeira
  • Rafaela Sepulveda Aleixo Lima
  • Renato Faria da Gama
  • Rodolfo Moura Pereira
  • Tamara Cecília Rangel Gomes

 

congressodefenomenologia@gmail.com


Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicologia, Fenomenologia e Filosofias da Existência - NEPPFFE