O Projeto Terapêutico Singular (PTS) configura-se como ferramenta imprescindível para efetivação dos princípios e diretrizes da Atenção Básica e do Sistema Único de Saúde (SUS), ao fazer uso do conceito amplo de saúde e promover a garantia de um direito à saúde integral, contemplando seus aspectos médicos, sociais e econômicos. Dessa forma, a formulação das propostas contidas no PTS visa o estabelecimento de metas de curto, médio e longo prazo através de discussão interdisciplinar no âmbito da Atenção Primária em Saúde. No entanto, a implementação de tais medidas encontra obstáculos culturais que impedem sua efetividade. Um desses obstáculos é o machismo presente em toda a sociedade, mas com especial prevalência em regiões carentes, onde a falta de escolaridade e a vulnerabilidade social são constantes,
dificultando a realização de mudanças necessárias ao desenvolvimento dos envolvidos. Dessa forma, através da criação e implementação de um PTS em uma família com alto grau de vulnerabilidade em um bairro carente do município de São João del Rei-MG por parte de discentes do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, verificou-se o impacto negativo que o sexismo pode incutir sobre a possibilidade de melhoria de vida nas famílias contempladas. Como em grande parte dos casos, as mulheres atuam como ponte entre os serviços de saúde e o núcleo familiar, sua participação e integração aos projetos de intervenção é de essencial importância para garantir sua aplicabilidade. E justamente por serem parte fundamental do acesso à realidade familiar, é também sobre as integrantes femininas que a maior parte das metas recaem, sendo propostas mudanças comportamentais e psicológicas a elas. Contudo, a perpetuação de papéis femininos exclusivos de cuidado faz com que tais
mudanças não sejam realizadas, total ou parcialmente. Isso se dá pela aversão masculina aos processos de mudança de hierarquia e pela falta de percepção das mulheres quanto à sua importância para o ambiente domiciliar e quanto à necessidade de alteração da situação vigente. Portanto, conclui-se que o machismo representa grande desafio à implementação do PTS.
Comissão Organizadora
Sérgio Augusto Fortes e Sá Fortes
Júlia Enes Medeiros Silva
Raquel de Reis Haddad
Danielly Gomes
LARISSA MIRELLE DE OLIVEIRA PEREIRA
Danielly Gomes
Comissão Científica
Ferramenta completa de submissão, avaliação e publicação de anais para eventos científicos.
