INTRODUÇÃO: As anfetaminas são substâncias utilizadas para o aprimoramento cognitivo, da memória, do desempenho intelectual, do estado de alerta, da criatividade e da motivação. Especificamente, desta classe, destaca-se o uso de cloridrato de metilfenidato, um fármaco inicialmente utilizado com bons resultados no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e que, devido à sua ação no desempenho cognitivo, começou a ser utilizado de forma exagerada e algumas vezes irracional pelos estudantes universitários na tentativa de melhorar o desempenho acadêmico. Esse uso indevido tem se tornado muito comum no ambiente universitário, gerando consequências físicas e psíquicas. OBJETIVO: compreender as motivações do uso abusivo do psicoestimulante, identificar os efeitos terapêuticos e colaterais da automedicação e da utilização excessiva destes fármacos nos universitários e analisar possíveis ações preventivas a fim de evitar o uso abusivo. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura de estudos publicados na língua portuguesa e inglesa sobre os efeitos do uso abusivo de cloridrato de metilfenidato. Usou-se como descritores: “substance abuse”, “methylphenidate”, “students”. Foram selecionados 15 artigos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Os artigos incluídos foram publicados na área de medicina, que abordam as questões acerca do uso do cloridrato de metilfenidato e os seus efeitos colaterais. Foram excluídos artigos que não condizem com o tema, uso de outros fármacos psicotrópicos e pessoas que não se enquadram como acadêmicos universitários. RESULTADOS: Não há estudos que comprovem a eficácia do cloridrato de metilfenidato quanto à retenção de memória. Os efeitos colaterais mais recorrentes são cefaleia, perda de apetite, dores abdominais, insônia, perda de peso e irritabilidade e ao longo prazo o estudo evidenciou dependência medicamentosa, efeito rebote e alterações cardiovasculares. Além disso, foi notado que indivíduos que usam metilfenidato sem prescrição tendem a reportar um aumento de distanciamento emocional e dificuldades nas interações sociais. CONCLUSÃO: O uso indiscriminado de cloridrato de metilfenidato por estudantes universitários saudáveis pode resultar em uma série de efeitos adversos, incluindo riscos cardiovasculares, dependência, comprometimento cognitivo, alterações neuropsiquiátricas, entre outros. Embora haja uma percepção de aumento de desempenho cognitivo, os riscos à saúde a curto e longo prazo superam amplamente os benefícios percebidos. O uso recreativo de medicamentos controlados deve ser desencorajado e acompanhado de conscientização sobre os potenciais danos envolvidos.
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Sérgio Augusto Fortes e Sá Fortes
Júlia Enes Medeiros Silva
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Danielly Gomes
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Danielly Gomes
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