PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS TENTATIVAS DE AUTOEXTERMÍNIO POR INTOXICAÇÃO EXÓGENA NO DISTRITO FEDERAL ENTRE 2007 E 2019

  • Autor
  • Raquel Aziz Batista
  • Co-autores
  • Gustavo de Oliveira Mota Maciel , Matheus Cardoso Ferreira Nunes , Marta David Rocha de Moura
  • Resumo
  • Introdução: O suicídio é um fenômeno humano complexo e universal, além de configurar um grande problema de saúde pública. Os métodos mais comuns de autoextermínio são o enforcamento, as armas de fogo e o envenenamento (intoxicação exógena). Este último ganha particular importância diante de sua ampla disponibilidade e acessibilidade no ambiente domiciliar. O objetivo deste trabalho é Identificar e analisar o perfil epidemiológico das tentativas de autoextermínio por intoxicações exógenas no Distrito Federal (DF) no período de 2007 a 2019. Métodos: Trata-se de estudo descritivo, ecológico, em série temporal, feito a partir de dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: No período em análise, foram notificadas 8.134 tentativas de autoextermínio por intoxicação exógena no DF. As faixas etárias mais acometidas foram de 20-39 anos (53,03%) e 15-19 anos (21,61%), e o sexo mais acometido, o feminino (74,23%). Os agentes tóxicos mais utilizados foram os medicamentos (72,95%), seguido por raticidas, produtos de uso domiciliar e drogas de abuso - padrão esse que foi mantido quando analisado por ano, sexo e faixa etária. Ainda quanto aos agentes, as únicas etiologias de maior prevalência no sexo masculino foram alimentos e bebidas, agrotóxicos e drogas de abuso, com todas as outras acometendo mais o sexo feminino. Ao todo, notificaram-se 38 óbitos, com uma taxa de letalidade de 0,46%, sendo os medicamentos e os raticidas os principais agentes envolvidos (81,57% dos óbitos). A maioria dos óbitos esteve associada, novamente, ao sexo feminino (73,68%). Na presente análise, evidenciou-se que as tentativas de suicídio por intoxicação exógena no DF foram consistentes com os achados descritos na literatura nacional: predomínio entre as mulheres e entre os mais jovens; e medicamentos e raticidas como principais agentes utilizados. Outro achado interessante foi que, apesar de sabidamente os óbitos por autoextermínio serem mais frequentes em homens, no quesito intoxicação exógena, os óbitos foram predominantes em mulheres. Conclusões: Assim, o conhecimento do perfil epidemiológico das tentativas de autoextermínio por parte do sistema público de saúde faz-se necessário para guiar as políticas públicas de forma resolutiva, otimizando o uso de recursos. A atenção primária tem um papel fundamental nesse cenário, pois um contato íntimo com a população permite a intervenção precoce e personalizada, reduzindo a incidência desse problema.

  • Palavras-chave
  • Tentativa de Suicídio, Intoxicação, Políticas Públicas
  • Área Temática
  • Epidemiologia e Saúde Coletiva
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