DIAGNÓSTICO E PSICOPATOLOGIAS: O QUE A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TEM A DIZER?

  • Autor
  • Iwry Alves Salgado
  • Co-autores
  • Ana Maria Machado Soares , André Amaral Bravin
  • Resumo
  •  

    Introdução e Objetivo: Psicopatologia é o campo do conhecimento que se dedica ao estudo do adoecimento mental, e os manuais nosográficos (Classificação Internacional das Doenças – CID e Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais – DSM) descrevem critérios diagnósticos fundamentados principalmente na estrutura do comportamento (forma/topografia, frequência, intensidade ou duração), para assegurar que alguma pessoa tenha uma dada doença. Por sua vez, a Análise do Comportamento não enfatiza critérios estruturais/topográficos para a identificação e intervenção frente às psicopatologias, nem tampouco coaduna com a perspectiva de que existe uma “mente adoecida”. Assim posto, este trabalho visa elucidar como a Análise do Comportamento compreende as psicopatologias, sua objeção, uso e alternativa às classificações nosográficas. Método: Para tanto, uma revisão assistemática da literatura foi realizada. Resultados: A crítica mais comumente reportada pelos analistas do comportamento, é a premissa de que existem comportamentos “patológicos” ou “saudáveis”. Para a Análise do Comportamento, todo comportamento, seja ele “normal” ou “anormal”, é determinado pelos mesmos níveis de seleção: filogenético, ontogenético e cultural, e com efeito, pode-se entender que todo comportamento é considerado normal. Também é comum a crítica quanto à circularidade da evidência de um transtorno mental (i.e., tautologia), onde a única evidência do transtorno é o comportamento manifesto, e o comportamento é manifestado pela existência do transtorno. Outra crítica comum é que o limite entre a normalidade e a patologia não segue um padrão universal, mas é influenciado por aspectos culturais e temporais. Menos comum é a crítica de que pessoas com o mesmo diagnóstico não apresentam sintomas homogêneos, logo, o quadro não define o problema de cada indivíduo. Conclusão: Assim posto, o presente trabalho conclui que a Análise do Comportamento não faz uso de classificações nosográficas, e que os diagnósticos fornecem descrições vagas para estruturar ou orientar o trabalho clínico do Analista do Comportamento. A alternativa comportamental seria, portanto, a análise funcional de cada caso a fim de encontrar os determinantes específicos para cada comportamento, e assim desenvolver um plano terapêutico personalizado e eficaz. Assim posto, a análise funcional equivale ao “diagnóstico comportamental”.

  • Palavras-chave
  • Transtorno Mental, Behaviorismo Radical, Formulação Comportamental.
  • Área Temática
  • Humanidades
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