REAÇÕES FARMACOLÓGICAS AO USO DE CISPLATINA CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS E FISIOLÓGICAS EM TRATAMENTO DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

  • Autor
  • Jose Vicente dos Santos Ferri
  • Co-autores
  • Adriano Soares Marques , Gabriel de Oliveira Simões
  • Resumo
  •  

    Introdução e objetivos: O câncer de colo de útero é um problema de saúde pública prevalente. O fator desencadeante de maior impacto é a infecção por cepas oncogênicas de Papilomavírus Humano (HPV), infecção sexualmente transmissível muito comum. A interação com o patógeno em si não é sinônimo de neoplasia, já que a maioria das portadoras elimina o vírus e regride a lesão dentro de, aproximadamente, 18 meses. Quando há o desenvolvimento de neoformação, a depender do estadiamento, o tratamento é baseado em radioterapia e quimioterapia com uso da cisplatina, agente antineoplásico de ação semelhante a drogas alquilantes do DNA celular. O propósito é demonstrar na prática clínica médica, possível efeito adverso do tratamento indicado e com isso possibilitar seu rápido manejo. Relato de caso: Paciente de 32 anos chega ao atendimento com queixa de metrorragia, dispareunia, lombalgia de forte intensidade e corrimento fétido no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Durante a investigação, diagnosticado Carcinoma de Células Escamosas pouco diferenciado. Apresentou estadiamento II-B, onde não é indicada intervenção cirúrgica. Segue então com duas sessões quimioterápicas com cisplatina (dose de 40mg/m2) e radioterapia associada. Na evolução clínica, desenvolveu cãibras em face e membros inferiores. Ao exame físico, sinais de Chvostek e Trousseau positivos. Exames laboratoriais revelam hipocalemia (2,8mmol/L), hipocalcemia (7,33mg/dL) e hipomagnesemia (0,55mg/dL). Conclusões: O caso trouxe uma rica experiência clínica e fisiopatológica. No decorrer das sessões quimioterápicas, a cisplatina ocasionou um de seus principais efeitos adversos, a nefrotoxicidade. A lesão ocorre a nível do túbulo contorcido proximal (TCP) renal, onde diversos mecanismos podem estar envolvidos como o acúmulo de cisplatina, conversão metabólica a nefrotoxinas, lesão ao DNA, estresse oxidativo e resposta inflamatória. Como o TCP tem alta densidade mitocondrial, é um dos segmentos mais afetados. O quadro determina perdas eletrolíticas e respostas sintomatológicas. O conhecimento dessa entidade clínica pelo médico previne atraso diagnóstico e prejuízos no manejo adequado ao paciente.

  • Palavras-chave
  • Doenças do Colo do Útero, Efeitos Colaterais e Reações Adversas Relacionados a Medicamentos, Antimetabólitos Antineoplásicos
  • Área Temática
  • Clínica Médica, Cirúrgica e áreas afins
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