IMPACTO DOS RECENTES SURTOS DE TOXOPLASMOSE NO BRASIL NA AMPLIAÇÃO DOS TESTES DE DIAGNÓSTICO EM NEONATOS

  • Autor
  • Arícia Mota
  • Co-autores
  • Júlia Pires de Farias , Sara Alves França , Ana Elisa Pereira Braga , Gabriel Ramos Macedo Moraes , Mariana Bodini Angeloni
  • Resumo
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    Introdução e Objetivos: A toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário (Toxoplasma gondii), que pode ser adquirida ou congênita. Nesse contexto, a toxoplasmose adquirida durante a gestação apresenta uma especial relevância, em razão dos danos causados ao desenvolvimento do feto. Dessa forma, diante dos recentes surtos dessa doença no Brasil, discute-se sobre a ampliação dos testes de triagem neonatal para a identificação da toxoplasmose congênita, o que pode contribuir para o aumento dos cuidados do neonato. O presente estudo tem por objetivo relacionar em que medida a proporção e frequência dos recentes surtos de toxoplasmose impactaram na decisão do Ministério da Saúde em ampliar os testes para a zoonose em recém-nascidos e identificar a maior relevância em saúde no rastreio/controle da forma congênita da doença. Métodos: A elaboração deste estudo descritivo observacional baseou-se em dados obtidos pelo Ministério da Saúde do Brasil e literatura científica, usando bases de dados eletrônicos SciElo, Pubmed e Google Acadêmico. Resultados: A toxoplasmose refere uma infecção que protagoniza surtos relevantes no Brasil. No ano de 2002, na cidade da Santa Isabel do Ivaí (PR), cerca de 426 pessoas tiveram resultados sugestivos de infecção aguda confirmado. No ano de 2006, houve em Goiás um surto, no qual cerca de 61 casos foram diagnosticados nas cidades de Goiânia, Inhumas e Pirenópolis. Em Santa Maria (RS), no ano de 2018, cerca de 617 casos foram indicados como suspeitos. A infecção apresenta consequências relevantes que podem ser evidenciadas a curto e longo prazo, tendo o seu controle por meio de medicamentos específicos. A transmissão que também se dá via transplacentária pode gerar desde abortos espontâneos e crescimento intrauterino restrito (CIUR) à encefalite, doenças neurológicas, distúrbios inflamatórios e anormalidades cardiovasculares que podem aparecer ao longo do crescimento. No entanto, o diagnóstico precoce, que é realizado pelos testes neonatal e pré-natal pode melhorar o prognóstico da infecção. Conclusão: A inclusão da toxoplasmose no Programa de Triagem Neonatal (PNTN) oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá redução da morbimortalidade e gerará melhor prognóstico. Essa realidade já presente em alguns estados brasileiros encontra-se motivada pelos benefícios aos recém-nascidos, capacidade de infraestrutura do SUS e relação custo/benefício do diagnóstico precoce favorável.

     

  • Palavras-chave
  • rastreio, transmissão congênita, toxoplasmose.
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