ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO BRASIL, REVISÃO DE LITERATURA

ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO BRASIL, REVISÃO DE LITERATURA

• Autor
• Laryssa Cristina Terra Sousa
• Co-autores
• Ana Júlia Chaves Ferro , Antônio Carlos Ferreira Tonhá , Lara Costa Martins , Marcus Vinícius Santos do Nascimento , Danielly Christine Vargas de Espíndula Leite
• Resumo

• Introdução e objetivo: A população em situação de rua (PSR) é caracterizada, segundo a Secretaria Nacional de Assistência Social, como um grupo populacional heterogêneo, em condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados e falta de habitação convencional regular, sendo compelidas a utilizar a rua como moradia e sustento, temporária ou permanentemente. Essa acepção social favorece a persistência de doenças e o frequente abandono do tratamento, impulsionado pela pobreza e dificuldade de acesso a medicamento e atendimento médico. Logo, objetiva-se descrever as condições de assistência à saúde da PSR no Brasil e compreender as vulnerabilidades como importantes fatores de risco para patologias. Métodos: A partir da base de dados PubMed, encontraram-se 35 artigos utilizando os descritores Homeless Persons AND Delivery of Health Care AND Brazil, em que foram incluídos aqueles que correspondem aos objetivos da revisão. Resultados: A PSR é, mormente, composta por pessoas do sexo masculino, desempregadas, solteiras, de pobreza severa. Dessarte, a PSR vive em estado de fragilidade social em acesso e tratamento à saúde, e sua má higienização corrobora a debilidade para doenças, entre as quais destacam-se tuberculose; ISTs; doenças de pele; úlcera de membros inferiores; problemas psiquiátricos; uso abusivo de álcool e outras drogas; e exposição a vírus como o Covid-19. Assim, o Ministério da Saúde, em 2009, criou a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR) e, em 2012, o Consultório na Rua (CnR). Porém, persistem dificuldade de acolhimento na UBS de referência, precariedade de limpeza e de estrutura física destinada ao CnR. Ainda, os profissionais de saúde, comumentemente, desconhecem as particularidades do grupo, são incompreensíveis sobre o processo saúde-doença, não reconhecem os direitos da PSR e ignoram os determinantes de saúde. Ademais, a não identificação da PSR dificulta a continuidade no tratamento de saúde. Conclusão: Portanto, nota-se que urge a busca por novas alternativas que efetivem a PNPSR. É primordial que haja identificação da PSR e acolhimento na UBS com estrutura física direcionada, preservando a equidade. Por fim, visto que as ações em saúde oferecidas a PSR são sobretudo higienizadoras ou assistencialistas dada a marginalização que a acomete, os profissionais de saúde devem ser capacitados frente às particularidades desse grupo, o que possibilitará a compreensão do processo saúde-doença e sua complexidade.

• Palavras-chave
• Pessoas em Situação de Rua, Assistência à Saúde, Brasil
• Área Temática
• Epidemiologia e Saúde Coletiva

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