Telemedicina e o redirecionamento da relação médico-paciente na pandemia da Covid-19

Telemedicina e o redirecionamento da relação médico-paciente na pandemia da Covid-19

• Autor
• Hugo Geovane Batista Lacerda
• Co-autores
• Italo Santiago dos Santos , Amado Dione Martins da Conceição , João Victor Varelo Dias , Tales Augusto Leandro Duarte , Isabella Ines Rodrigues Rosa
• Resumo

•  

  INTRODUÇÃO e OBJETIVOS: A chegada da Covid-19 no cenário mundial impôs à sociedade uma série de novas maneiras de conviver, de forma a erradicar a doença. Dentre essas mudanças, a implementação da telemedicina em países, a exemplo do Brasil, de forma emergencial, tem sido uma medida de promoção da assistência continuada a pacientes, como portadores de doenças crônicas e os grupos de risco ao novo Coronavírus. Essa alternativa viabiliza perspectivas no cuidado médico para os próximos anos, no entanto, gera desconfiança e desconforto para muitos pacientes. Este trabalho tem por objetivo analisar os impactos gerados na relação médico-paciente em decorrência da pandemia da Covid-19 e da adoção expressiva da telemedicina. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa nas plataformas LILACS, Medline e Coleciona SUS com os descritores: (“pandemia”) AND (“covid-19”) AND (‘’telemedicina’’ OR ‘’telessaúde”). Teve-se como resultado 25 publicações, dentre as quais foram selecionados 5 artigos segundo critérios de inclusão: em português, todos disponíveis online. RESULTADOS: A literatura expõe que o amplo escopo tecnológico permite que a telemedicina seja usada como recurso de flexibilização na prestação de serviços em saúde. No cenário da pandemia da Covid-19, a realização de tele consultas viabilizou a redução da contaminação pela diminuição de pessoas circulantes em estabelecimentos de saúde, bem como mitigou a sobrecarga no sistema de urgência e emergência. No entanto, o redirecionamento do cuidado para os meios digitais encontra elementos críticos, como o processo de exame clínico, que apresenta limites para a relação médico-paciente no que se refere ao estabelecimento do vínculo de confiança e na influência da linguagem corporal para o raciocínio médico. Ademais, a dificuldade de realizar remotamente procedimentos como ausculta ou obtenção de culturas, por exemplo, sinaliza barreiras desse processo. Não obstante, dada a excepcionalidade pandêmica, é razoável considerar ações a curto prazo buscando a humanização do cuidado médico por meio da tecnologia. CONCLUSÃO: A Covid-19 evidenciou a necessidade de recursos que propiciem o cuidado médico continuado para conter a sobrecarga no sistema de saúde. Contudo, médicos e partes interessadas devem elaborar melhores soluções quanto à confiabilidade da telemedicina, que é muito viável, embora limitada na exerção da relação médico-paciente, a qual é essencial na execução de procedimentos determinantes nos diagnósticos.

   

• Palavras-chave
• Covid-19, Médico-paciente, telemedicina
• Área Temática
• Tecnologia em Saúde

Voltar Download