MORTALIDADE MATERNA EM PERÍODO DE PARTO E PUERPÉRIO

  • Autor
  • Andreza Serpa Otoni
  • Co-autores
  • Francisco de Nojosa Costa Neto , Marina Santos Mariano , Alyne de Araújo Paiva , Daniel Barbosa Lima , José Lopes Pereira Júnior
  • Resumo
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    Introdução

                O óbito materno é considerado um dos grandes desafios da saúde pública mundial, em especial aos países em desenvolvimento, representando uma das maiores violações dos direitos humanos das mulheres, uma vez que mais de 92% desses óbitos acontecem por causas evitáveis.

     

    Objetivo

                Realizar uma revisão de literatura através de artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais nos últimos 5 anos sobre o óbito materno em período de parto e puerpério, além de analisar etiologia, desdobramentos e consequências para a saúde da mulher e sociedade.

     

    Métodos

                Trata-se de uma revisão integrativa de literaturas publicadas nos últimos 5 anos para a qual usou-se os descritores: Mortalidade materna, Causas de óbito e Saúde Pública, nos idiomas Português e Inglês, nas bases de dados Scielo, Lilacs e Pubmed. Após a busca seguiu-se com a leitura dos resumos os quais nortearam a escolha dos artigos. Para a análise dos resultados usou-se 30 artigos.

     

    Análise Crítica

                Sendo a mortalidade materna um indicador das condições de vida da população, reflete a desorganização, a desarticulação e a baixa qualidade da assistência prestada à mulher, em geral de baixo poder aquisitivo, durante o ciclo gravídico-puerperal. No Brasil, ocorreram 16.520 óbitos maternos no intervalo de 10 anos (2000- 2009). Este valor fez com que o país apresentasse um risco de mortalidade materna de 54,83 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos nesse período, diferindo fortemente das 20 mortes para cada 100 mil nascidos vivos tida como razoável pela OMS. Diante disto, observa-se maior ocorrência de mortalidade materna entre 20 e 29 anos no Brasil, o que está associado a faixa etária com a maior taxa de fecundidade no país. Quanto à morte materna tardia, esta é consequência de causas obstétricas diretas ou indiretas, ocorridas por um período que compreende do 42º dia até um ano do pós-parto. Dentre as causas obstétricas diretas mais comuns estão hemorragia, sepse, complicações de doenças hipertensivas e aborto, sendo responsáveis por dois terços dos óbitos maternos no Brasil. Já as causas obstétricas indiretas resultam de doenças existentes antes da gestação ou que se desenvolveram durante a gestação e que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez, como problemas circulatórios e respiratórios. Assim, em estudo publicado em 2016, verificou-se que as hemorragias atingem 25,4% dos casos de óbitos maternos e as infecções atingem 16,5%, dependendo da região de ocorrência. Já em outro estudo publicado em 2018, o qual detectou 82 mortes maternas, entre 2001 e 2016, consequentes de infecção puerperal, 42 (51,2%) casos foram sujeitados à cesárea e 40 (48,8%) ao parto vaginal. Além disso, apesar de ser raro o câncer relacionado à gravidez, afetando apenas 1 a cada 1 000 grávidas, a morte por neoplasia é um importante fator relacionado aos óbitos maternos tardios, uma vez que 20 a 30% das mulheres obtêm o diagnóstico de câncer em idade reprodutiva e constitui um acontecimento extremamente traumático para a mulher e à família. Dentre eles estão o câncer de mama, o do colo do útero, o linfoma, o câncer de ovário e o melanoma, embora o câncer durante a gravidez possa surgir a partir de qualquer localidade. A mortalidade materna em período de parto e puerpério também pode ser relacionada ao pré-natal. Desta forma, uma pesquisa realizada em Belo Horizonte (MG), sobre os óbitos maternos no período de 2003 a 2010, revela que a experiência desfavorável vivenciada durante uma consulta de pré-natal e a falta de dinheiro para o deslocamento até uma Unidade Básica de Saúde (UBS), constituem obstáculos que favorecem a descontinuidade do pré-natal. Conclusão: Apesar dos avanços tecnológicos, associados às políticas mundiais, já terem proporcionado uma redução significativa, a mortalidade materna em fase de parto e puerpério ainda é um desafio que deve ter resolutividade apropriada. Uma vez que grande parte dos óbitos são provenientes de causas evitáveis e preventivas, pois muitas vezes são fruto da falta de qualidade da atenção obstétrica e do planejamento familiar ofertado às mulheres brasileiras, sendo, portanto, desafio de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento.

  • Palavras-chave
  • Mortalidade materna, Causas de óbito, Saúde Pública.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • I - ATENÇÃO À SAÚDE
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