INTRODUÇÃO: O sarampo é uma doença febril exantematosa aguda, causada pelo vírus da família Paramyxoviridae do gênero Morbillivirus. Transmitida por via aérea através de secreções nasofaríngeas expelidas na fala, tosse, espirro ou respiração de pessoas infectadas, motivo pelo qual tem maior incidência na infância e na adolescência. O sarampo tem fases distintas: incubação, prodrômica e exantemática. Sua transmissão é possível cinco dias antes e quatro dias depois do surgimento do exantema. Inicialmente há uma fase prodrômica, com duração de 2-4 dias, com a presença de febre e pelo menos um dos seguintes sinais: tosse, coriza e conjuntivite. A manifestação clássica do sarampo – exantema maculopapular eritematoso - aparece de 2-4 dias após o início da febre, primeiro na face e cabeça e depois no tronco e extremidades. A erupção cutânea desvanece na ordem em que apareceu, e a melhora clínica ocorre em aproximadamente uma semana em casos não complicados. Não existe tratamento antiviral específico para a doença, assim, os indivíduos infectados recebem tratamento de suporte, além de prevenção e tratamento de complicações e infecções secundárias. O único meio de prevenir a doença é através da vacinação com a Tríplice Viral que protege contra sarampo, rubéola e caxumba e está disponível pelo sistema único de saúde (SUS), uma vez que o Ministério da Saúde (MS) oferta todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, a diminuição da cobertura vacinal é o principal motivo para o aumento do número de casos de sarampo no Brasil. Em 2019, foram confirmados 5.346 casos, destes 4.826 foram confirmados por critério laboratorial e 520 por critério clínico epidemiológico. Foram confirmados quatro óbitos, três no estado de São Paulo e um em Pernambuco. Três óbitos ocorreram em menores de 1 ano de idade e um em um indivíduo de 42 anos, apenas um dos casos era do sexo feminino e nenhum era vacinado contra o sarampo. Destarte, faz-se necessário o incentivo ao Programa Saúde da Família por intensificar a educação em saúde nas estratégias de saúde da família e/ou na criação de políticas públicas voltadas às campanhas de vacinação. OBJETIVOS: Retratar a importância da profilaxia e controle do sarampo. MÉTODOS: Realizou-se estudo exploratório tipo revisão bibliográfica em consultas por via eletrônica ao material de bibliotecas virtuais e bancos de dados como BVS, SCIELO e LILACS, nos idiomas português e inglês, abrangendo artigos publicados entre 2015 e 2019. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período estudado, e considerando a cobertura vacinal, região e internações, notou-se que no Brasil os casos de sarampo apresentaram um crescimento nos últimos anos. Foram confirmados 4.476 casos em 2019, ressaltando dois surtos da doença neste ano, um nos primeiros meses e outro em junho. No Piauí, foram confirmados 4 casos de sarampo, até o último dia 17 de setembro, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, e 12 casos suspeitos. As formas de prevenção estão relacionadas com a vacinação, sendo 2 doses, uma aos 12 meses e outra aos 15 meses de idade. O MS, juntamente as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, realizará uma nova estratégia diferenciada para a Campanha Nacional de Vacinação contra a o Sarampo para interromper a circulação do vírus do sarampo no País. Será realizada de forma seletiva, ocorrendo em duas etapas, abrangendo crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade, e a população de 20 a 29 anos. Estes dois públicos foram priorizados para a participação nessa estratégia considerando que estão entre os mais acometidos e com maior incidência da doença nos surtos registrados em 2019. As medidas de prevenção e controle propostas pelo MS são: vacinação de rotina; vacinação de bloqueio-frente a caso suspeito de sarampo; operação limpeza e varredura; uso de imunoglobulina para pessoas imunocomprometidas, gestantes e crianças menores de seis meses de vida; isolamento social/domiciliar para os casos suspeitos não hospitalizados; e capacitar os profissionais de saúde sobre definição de caso, diagnóstico e resposta rápida para o bloqueio de eventual caso suspeito. CONCLUSÃO: O sarampo é uma virose suscetível a erradicação, e a vacina é a forma mais eficaz para a prevenção da doença. O MS disponibiliza profilaxia gratuitamente, mas é necessária uma maior vigilância e de forma mais persistente para atingir os objetivos desejados. Assim, um controle de cobertura vacinal é indispensável, principalmente nas áreas e populações de risco. Diante disso, é fundamental uma maior intensificação em campanhas educativas e na criação de políticas públicas voltadas às campanhas de vacinação para que a população se conscientize da importância da vacinação e dos riscos relacionados a sua ausência.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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