Introdução: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é emergente e representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, devido ao seu caráter pandêmico e sua gravidade, já que o vírus destrói progressivamente as células CD4+. Apresenta etiologia com transformações epidemiológicas associadas a aspectos sociodemográficos, políticos, éticos, culturais, psicossociais e de saúde. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) associada ao vírus HIV é uma patologia crônica que leva ao comprometimento da autonomia e da independência funcional dos portadores apresentando características ainda mais devastadoras em idosos. Pesquisas realizadas na década de 60 abordando a sexualidade humana na velhice contribuem para a criação do estereótipo de “velhice assexuada”, criando um tabu a cerca do tema, o que favorece a exposições aos riscos de contaminação da população por meio do sexo ou uso de drogas, bem como os diagnósticos tardios dos idosos com HIV/AIDS. Objetivo: Analisar através de uma revisão de literatura os fatores associados ao crescimento do número de idosos contaminados por HIV/AIDS. Metodologia: Realizou-se buscas nas bases de dados Scielo, PubMed e MedLine no ano de 2019, utilizando os descritores “Vírus da Imunodeficiência Humana”, “AIDS” e “População Idosa” em inglês e/ou português. Os artigos que estivessem completos, do que datavam de 2008 a 2019 foram selecionados os que melhor se enquadraram no objetivo proposto. Resultados e discussão: Foram encontrados 57 artigos, destes foram selecionados 23, porém depois de aplicados os critérios de exclusão, 6 estudos foram escolhidos para análise. Ademais, foi observado que cerca de 73% desses estudos retratam o aumento da incidência da doença e o perfil dos idosos portadores de HIV/AIDS. Segundo Cruz, a AIDS está em sua terceira década e na atualidade não se restringe aos pensamentos que associam a doença apenas aos homossexuais masculinos, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo, já que o perfil epidemiológico dessa vem mostrado aumento no número de casos na população com idade superior a 60 anos em ambos os sexos, passando a ser adotado o uso do termo “envelhecimento da epidemia”. Com a modernização da sociedade e os estímulos aos idosos terem suas autonomias preservadas, vão surgindo novas as possibilidades da prática da sexualidade, tornando essa população vulnerável as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a contaminação por HIV/AIDS, embora a população permaneça relutante em compreender que pessoas acima de 60 anos pode ser sexualmente ativas, que não existe velhice assexuada e que os aumentos progressivos da infecções na população geriátrica é ocasionado pela falta de conhecimento e conscientização a cerca da promoção e prevenção das ISTs de forma geral. De acordo com Okuno, os viúvos geriátricos por terem conhecimentos sobre sexualidade e buscarem autonomia, liberdade e participação em grupos de terceira idade, tendem a ter mais contato com outras pessoas da mesma faixa etária, favorecendo as praticas sexuais casuais, o que corrobora para os crescentes números de contaminação pelo HIV, já que muito desses idosos ao adquirem a patologia permanecem assintomáticos e ao praticar sexo desprotegido acabam por contaminado outros parceiros. Na análise dos estudos ainda foram encontradas afirmações sobre a direta correlação entre indicadores socioeconômicos desfavoráveis e o aumento da incidência do HIV/AIDS, visto que, os idosos com pouca escolaridade, baixa renda e moradores de áreas geográficas com baixo índice de desenvolvimento humano têm sido os mais afetados pela doença, além da relação do aumento das infecções pela dificuldade de assimilação das informações sobre a temática oferecidas, não somente pela falta de acesso ao conhecimento. Conclusão: Conclui-se que há uma grande vulnerabilidade dos idosos a contraírem o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e em consequência a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), por uma maior exposição desse grupo a praticas sexuais sem proteção ocasionadas pela falta de informação dos risco de contaminação ou pela não assimilação dos riscos de infecção e proliferação do HIV/Aids. Por fim, é importante salientar a necessidade de mais produções científicas sobre a temática, já que segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2025, o Brasil será o sexto país do com maior número de idosos no mundo.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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