INTRODUÇÃO: Dentre os princípios do Sistema Único de Saúde está a equidade, que afirma o direito à saúde, reconhecendo as necessidades de cada indivíduo e com respeito à individualidade de cada usuário. Entretanto, apesar da Lei de nº 13.146 salvaguardar a equidade para com as pessoas surdas, a inabilidade de comunicação pela Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – por parte dos profissionais de saúde, culmina em um sério problema na inclusão dessa comunidade ao sistema de saúde. Dessa maneira, estabelecimento de ações no tangente à educação sexual é dificultado por fatores como a comunicação limitada. OBJETIVO: Analisar a relevância da inserção da Língua Brasileira de Sinais desde os primeiros anos da grade curricular dos estudantes de Medicina. MÉTODOS: Relato de experiência desenvolvido por discentes de Medicina do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba – IESVAP - que cursaram a disciplina de Libras na instituição e participam da LALIMP – Liga Acadêmica de LIBRAS Médica do Piauí. Os alunos realizaram educação sexual destinada à comunidade surda da cidade de Parnaíba – PI na própria instituição, como prevenção e diagnóstico clínico das infecções sexualmente transmissíveis mais prevalentes. Divididos em grupos, em estações e auxiliados por tutores, os alunos possuíam a missão de promover o ensino aos surdos e tentar efetivar a comunicação, explicando o funcionamento e a importância das infecções sexualmente transmissíveis, em LIBRAS. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observa-se que a inserção da disciplina de LIBRAS nos cursos de saúde possui uma relevância exacerbada para a formação mais humanizada e transversal, não apenas para a classe médica, mas também para todos os profissionais da saúde. Os discentes foram capazes de estabelecer uma comunicação com o próprio paciente com surdez, sem necessidade de interferência externa de intermediários, como intérpretes ou acompanhantes, de forma que possibilitou um aprimoramento da relação médico/paciente. Dessa forma, há um benefício mútuo, tanto para o profissional que pode exercer seu trabalho da melhor maneira possível, quanto para as pessoas com surdez, que expressavam sua felicidade por estarem sendo compreendidas durante os atendimentos e, por conseguirem transmitir o que sentiam, bem como visualizaram uma nova realidade, em que a equipe médica estará mais capacitada para atendê-los e as barreiras da comunicação entre surdos e ouvintes serão superadas. Além disso, nota-se que a comunicação direta entre profissionais de saúde e paciente é fundamental para a transmissão de informações sobre a educação sexual, pois esse tema ainda considerado um tabu, inibe aqueles que precisam de intérpretes, que na maioria das vezes são familiares. Ademais o domínio da LIBRAS por parte da equipe de saúde possibilita a existência de palestras inclusivas de prevenção e promoção da saúde, o que pode melhorar a qualidade de vida dessa comunidade. CONCLUSÃO: Diante disso, embora a LIBRAS esteja presente na grade curricular de diversas Instituições de Ensino e diferentes cursos, ainda é uma disciplina facultativa na maioria, o que culmina em uma parcela substancial dos acadêmicos de medicina que se formaram sem o domínio dessa. Assim, torna-se importante a conscientização dos discentes quanto a necessidade de inclusão de parte da população, a comunidade surda. Com base no exposto, pode-se dizer que educação em LIBRAS se torna importante para a realização de mais ações, possibilitando o contato e a troca de experiências entre os alunos e a comunidade surda.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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