INTRODUÇÃO: A síndrome de Takotsubo (ST) caracteriza-se por uma disfunção sistólica transitória do ventrículo esquerdo, que mimetiza o infarto agudo do miocárdio (IAM), na ausência de doença coronária significativa. É mais comum em mulheres na pós-menopausa, com suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA) e manifestações clínicas e eletrocardiográficas desproporcionais relativamente aos marcadores cardíacos. A ST também está relacionada à pacientes com câncer que desenvolvem SCA induzida por estresse. Os sintomas mais frequentes são dor no peito em 63,3% dos pacientes e falta de ar / dispneia ao esforço em 27% dos pacientes. O relato conflitante sobre a incidência de pacientes pode ser devido a vários fatores. Primeiro, o estágio do câncer (inicial e não tratado versus durante a quimioterapia ou radioterapia) e o momento do diagnóstico (na admissão hospitalar versus após o tratamento) fazem grande diferença. Ademais, o diagnóstico clinico de ST não é simples e nem consiste ou requer critérios rígidos, claros e unificados. OBJETIVO: Correlacionar à síndrome de Takotsubo em pacientes oncológicos. METODOLOGIA: Foi realizado uma revisão de artigos disponíveis em fontes on-line reconhecidas cientificamente, acessando artigos originais e de revisão nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino Americana do Caribe em Ciência e Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (MEDLINE/BVS) e Journal of the American Heart Association (JAHA). No processo de pesquisa foram utilizadas as palavras-chaves: “Oncologia”, “Síndrome de Takotsubo”, “Emergência Oncológica”, tendo como critério as línguas português e inglês, além de dados mais recentes. RESULTADOS: Em estudo recente realizado pela American Heart Association em uma amostra de 1604 pessoas é possível perceber a prevalência da Síndrome de Takotsubo com algumas neoplasias, dentre elas: sua relação com neoplasias do tipo cancro da mama 26,2% (n = 70), seguido por tumores que afetam o sistema gastrintestinal 16,1% (n = 43), trato respiratório 15,4% (n = 41), os órgãos sexuais internos 14,6% (n = 39), pele 13,1% (n = 35), sistema linfático 7,1% (n = 19), órgãos endócrinos 6,7% (n = 18), trato urinário 5,2% (n = 14), e hematológica 3,0% (n = 8 ), bem como o sistema nervoso central de 2,2% (n = 6). Nos subgrupos, a prevalência global de malignidade foi de 18,2% na coorte de TTS e 11,1% na coorte de ACS. Vale ressaltar que o diferente estágio do câncer pode afetar o desfecho do prognóstico do paciente com síndrome de Takotsubo. CONCLUSÃO: Através dessa revisão de artigos pode-se analisar a maior incidência da ST nas neoplasias de cancro da mama, sistema gastrointestinal e trato respiratório, não revelando qualquer possível relação dentre elas. Cabe citar a importância do estágio de desenvolvimento da neoplasia, pois há influência para o aparecimento da síndrome. Ademais, foi possível perceber a necessidade de maiores estudos acerca do assunto, já que seu diagnóstico clínico possui uma complexa abordagem devido à falta de critérios específicos. Portanto, é imprescindível que haja maiores estudos científicos e divulgações sobre o assunto, uma vez que a dificuldade do diagnóstico diminui as chances de prevenção e tratamento. Assim, toda a área médica precisa instruir-se sobre a Síndrome de Takotsubo relacionada a neoplasias, estudar seus sinais e sintomas e aguçar o olhar crítico para que haja sempre a progressão no cuidado do paciente oncológico.
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