Introdução: Durante o tratamento de Câncer é possível que ocorra intercorrências clínicas de emergência dentre elas a Neutropenia Febril (NF) que se trata de uma emergência infecciosa que pode cursar com altas taxas de mortalidade, atingindo até 36% dos pacientes de maior risco de desenvolver complicações graves, mesmo com tratamento adequado. A presença de febre é o sinal de alarme indicativo de emergência e a sua associação à contagem baixa de neutrófilos é o que define a NF. Metodologia: Foi realizado uma revisão de artigos disponíveis em fontes on-line reconhecidas cientificamente, acessando artigos originais e de revisão nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (MEDLINE/ BVS). No processo de pesquisa, foram utilizadas as palavras-chave: Emergência infecciosa, emergência oncológica, neutropenia febril, tendo como critério a língua portuguesa e dados mais recentes. Objetivo: Analisar de forma sistemática e objetiva a emergência da neutropenia febril e a sua emergência oncológica. Discussão: A literatura destaca, universalmente, a NF como o agravo mais frequente nos atendimentos emergenciais oncológicos, pois é a principal causa das infecções que, por sua vez, são as maiores responsáveis pela morbidade e mortalidade em pacientes com câncer. A NP em si não causa sintomas e só é descoberta através do hemograma ou quando surge uma infecção. Segundo a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas, é definida por temperatura oral isolada acima de 38,3°C ou acima de 38,0°C se sustentada por mais de uma hora e uma contagem absoluta de neutrófilos abaixo de 500 células/microL. Cerca de 50% dos pacientes que fazem quimioterapia desenvolvem este agravo, uma vez que os quimioterápicos são citotóxicos e causam mielossupressão, afetando a medula óssea, que deixa de produzir os elementos do sangue, reduzindo a produção de neutrófilos. Como são eles que combatem as bactérias invasoras, os vírus e os fungos, à medida que a sua contagem diminui, o risco de infecção eleva-se, causando as infecções e elevando também o risco de sepse. É importante salientar a relevância do uso de fator de crescimento como profilaxia para pacientes idosos oncológicos que apresentam maior probabilidade de desenvolver a NF, essa medida profilática diminui consideravelmente a ocorrência de episódios de Neutropenia Febril, sendo considerada a intervenção medicamentosa primordial para evitar múltiplas ocorrência desse quadro associada à realização e o monitoramento do hemograma completo. Diante dos resultados obtidos, reitera-se que a ocorrência da NF pós quimioterapia (QT) constitui-se um importante risco e bem-estar para a vida do paciente oncológico, sendo, portanto de grande valia a presença de profissionais qualificados baseado em evidencias cientificas, ressaltando-se a importância de contrução de estudos que deem ênfase a Prática Inter profissional no que se refera ao manejo clínico de pacientes com NF induzidos por QT. Conclusão: Diante do exposto discutido no estudo, pode-se aferir que a terapia antineoplásica e a doença em si pode conduzir à situações adversas agudas e crônicas, como a Neutropenia, que reduz a resposta inflamatória do hospedeiro, deixando-o sob risco de infecção e consequentemente apresentando a Neutropenia Febril. Desse modo, os pacientes oncológicos são particularmente vulneráveis a complicações infecciosas devido ao modo de terapia a qual são submetidos, tendo como essa a maior causa de letalidade desses pacientes. De fato, o desenvolvimento de febre nos indivíduos com neutropenia induzida apresenta-se uma situação clínica muito desafiante na área oncológica. Uma boa propedêutica medica, com a minuciosidade da anamnese e exame físico, pode ajudar na forma eficaz e rápida na conclusão do diagnóstico correto e, por conseguinte, um correto manejo terapêutico, constituindo assim elementos fundamentais para a melhora da sobrevida desses pacientes.
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