INTRODUÇÃO: O trabalho na Atenção Básica requer dos profissionais a ampliação da prática para além do contexto clínico tradicional. Desta forma, são utilizados diversas ferramentas ou instrumentos para a operacionalização do cuidado, dentre eles o Método Clínico Centrado na Pessoa, Entrevista Motivacional, Projeto Terapêutico Singular (PTS), grupos operativos, grupos terapêuticos e consulta coletiva. Tais metodologias são utilizadas para lidar com os problemas e demandas apresentados tanto pelo indivíduo, quanto pela coletividade, a fim de atender as necessidades dos mesmos. O Projeto Terapêutico Singular, enquanto ferramenta tecnológica de trabalho, busca articular a singularidade dos sujeitos e comunidades a fim de destituir a prática voltada a diagnósticos generalistas, que igualam as situações, não respeitando as singularidades que envolvem o processo de saúde-doença. OBJETIVO: Discutir o manejo do Projeto Terapêutico Singular enquanto ferramenta de trabalho na Atenção Básica, a partir da literatura. MÉTODOS: Revisão de literatura realizada nas bases de dados do Ministério da Saúde, SciELO e Lilacs. Foram selecionados textos publicados entre 2008 e 2018, os quais foram tabulados, sintetizados e comparados a fim de elencar dados sobre o tema. RESULTADOS: O Projeto Terapêutico Singular é desenvolvido de forma compartilhada entre a equipe de saúde da família, outros dispositivos da rede e indivíduo e/ou coletividade, a fim de pactuar estratégias de cuidado baseadas na corresponsabilização e cogestão do cuidado. O PTS desenvolve-se em quatro etapas, sendo elas o diagnóstico situacional, a definição de metas, a divisão de responsabilidades e a reavaliação. No diagnóstico são analisados os aspectos orgânicos, psicológicos e sociais que permitem perceber os riscos e vulnerabilidades em que o sujeito ou coletividades estão inseridos e as potencialidades de cuidados que podem ser desenvolvidas e, a partir desta etapa, são construídas e negociadas com os sujeitos e/ou coletividade envolvida, as propostas de curto, médio e longo prazo que visam a melhoria da qualidade de vida. Após a definição das metas, a responsabilização pelo desenvolvimento das mesmas deve ser bem definida, tanto para os profissionais, quanto para os sujeitos e comunidade. A etapa de reavaliação pode ser desenvolvida continuamente ou em prazos específicos, a fim de avaliar a evolução e resolutividade das metas estabelecidas e definir os ajustes e correções necessários para a efetividade do PTS. CONCLUSÃO: Percebe-se que o Projeto Terapêutico Singular é uma ferramenta tecnológica de trabalho que auxilia não apenas na prática dos profissionais envolvidos, mas objetiva proporcionar autonomia aos indivíduos e coletividade envolvidas, tendo em vista que estes são colocados em papel de corresponsáveis pelo desenvolvimento das metas pré-estabelecidas, bem como pela modificação do quadro de saúde-doença apresentado.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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