Introdução: Introdução: A imagética motora - IM- pode ser conceituada como a imaginação de uma ação sem a sua execução física, de modo a provocar atividade nas regiões cerebrais que são normalmente ativadas durante a execução da tarefa física. Durante as imagens motoras, também conhecidas como prática mental, a imagem mental do movimento ou tarefa a ser aprendida é repetida sistematicamente. Os benefícios potenciais da IM se concentram como uma ferramenta de reabilitação, a partir da capacidade do treinamento de imagem promove o aprendizado motor e aumenta a excitabilidade cortical (NICHOLSON. et. al. 2019). Sob essa ótica, a literatura sugere que a IM pode ser um instrumento terapêutico importante para facilitar a recuperação motora de indivíduos após lesão neurológica. Uma vez que a IM permite ativar o repertório motor em todos os níveis de reabilitação (CALDAS. et. al. 2018). Dessa maneira, estudos que associam o uso da IM em pacientes pós Acidente Vascular Encefálico -AVE- são cada vez mais recorrentes, uma vez que se trata de uma doença responsável pela principal causa de incapacidade física adquirida em adultos (BROUSSY. et. al. 2019). Objetivo: Esclarecer as estratégias de uso e os mecanismos da imagética motora na reabilitação neurológica pós-AVE. Materiais e métodos: O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura de cunho analítico desenvolvida pela Liga Acadêmica de Neurociências- LANEC- vinculada à Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí/ Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba – FAHESP/IESVAP. A pesquisa foi realizada pelos entre os meses de setembro e outubro de 2019. Para fomentar esse trabalho, foram selecionados artigos nas bases de dados eletrônicas PUBmed, ABC Health Sciences e MEDline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online). A estratégia de busca incluiu os descritores propostos no DeCS -Descritores em ciências da saúde. Resultados e discussão: O objetivo da reabilitação neurológica é facilitar o reaprendizado motor para restaurar a capacidade funcional do paciente tanto quanto possível. Há evidências de que as intervenções mais eficazes são aquelas baseadas em treinamento orientado a tarefas, ou movimento induzido por restrições terapêuticas. Entretanto, na prática clínica existem pacientes severamente afetados e, portanto, incapazes de se beneficiar desses métodos tradicionais de reabilitação. Nesses casos, a IM é apresentada como uma ferramenta que prepara o cérebro beneficiar da reabilitação motora, além de ser uma alternativa de baixo custo, fácil de aplicar e que pode ser usada em grande parte dos pacientes (LÓPEZ. et. al. 2019). Existem duas abordagens possíveis para a IM: 1) Imagens motoras implícitas (IMI), que consiste em observar imagens ou vídeos sequências que ativam neurônios-espelho envolvidos em movimento, sem que o paciente realize voluntariamente a tarefa de imaginar um movimento; isto é, a tarefa não envolvem ativamente a ação de imaginar o movimento, mas os sujeitos precisam realizar esse processo de imaginar uma maneira latente de resolver a tarefa e 2) imagens motoras explícitas (IME), que consiste em imaginar, consciente e voluntariamente, sequências de movimentos sem movimento real de qualquer segmento. Esta abordagem suporta o uso de técnicas de prática de MI como complemento à terapia convencional na recuperação de sequelas motoras após acidente vascular cerebral (MACHADO. et. al.2019). A IM associada à terapia motora parece favorecer automação do movimento no nível cortical sem aumentar a demanda física do indivíduo, além de ser útil para retenção da aprendizagem motora. Assim, parece possível que o uso frequente da IM facilita a organização de neurônios motores centrais (MACHADO. et. al.2019). No entanto, alguns vieses podem ser observados, como a falta de consenso sobre o protocolo em relação à duração apropriada das intervenções de IM para obter melhorias no nível do, os protocolos a serem utilizados e se a aplicação do MI deve ser realizada da perspectiva do primeira ou terceira pessoa. As práticas em primeira pessoa baseiam-se na explicação de que essa abordagem produz maior ativação nas estruturas neuronais associadas à atividade sensório-motora. Em contrapartida, a aplicação em terceira pessoa pode melhorar a autopercepção e motivação para uma maior extensão do que as imagens do ponto de vista interno (LÓPEZ. et. al. 2019). Considerações finais: Destarte, a IM pode ser utilizada como adjuvante para melhorar a capacidade motora dos sujeitos pós AVE, sendo eficaz para a melhoria, sempre em combinação com outras abordagens de reabilitação. Não há consenso sobre o protocolo, no entanto, trata-se de uma técnica segura, de baixo custo e fácil de implementar. Além disso, pode ser realizada pelo paciente em casa de forma autônoma, reduzindo os custos de reabilitação associados ao acidente vascular cerebral.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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