INTRODUÇÃO: A lesão cerebral traumática (TCE) é muito comum em departamentos de emergência, sendo uma causa comum de morte e sequelas, pois acarreta um dano anatomofuncional das estruturas da região do crânio. O TCE representa a principal causa mundial de morbimortalidade em indivíduos com menos de 45 anos, acometendo predominantemente o sexo masculino. Vítimas de TCE apresentam distúrbios dos movimentos oculares, dentre os quais está o estrabismo, que consiste em qualquer desvio do alinhamento binocular, ou seja, ocorre quando as fóveas não estão simétricas em relação ao objeto que é focalizado pelo olhar. Tal condição pode ocasionar prejuízos funcionais ao indivíduo, como sintomas visuais de visão dupla, turva ou irregular e dificuldades de leitura. OBJETIVO: Avaliar a relação entre traumatismo cranioencefálico (TCE) e estrabismo. MÉTODOS: Este estudo constitui uma revisão de literatita de caráter analítico desenvolvida pela Liga Acadêmica de Neurociências, vincula à Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí/ Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba – FAHESP/IESVAP, a respeito do aparecimento de estrabismo como sequela em pacientes vítimas de TCE. A coleta de dados foi realizada no período de 01 a 14 de agosto de 2019, e utilizou-se para a pesquisa as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletrônic Library Online (SCIELO) e National Library of Medicine (PUBMED), através dos seguintes descritores: neurology, strabismus, craniocerebral trauma e Statistics on Sequelae and Disability. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Um considerável número dos casos de estrabismo ocorre devido a lesão nos pares dos nervos oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI), que inervam os músculos responsáveis pelo movimento dos olhos. Em determinados levantamentos, o traumatismo foi o fator etiológico predominante nos casos de estrabismo adquirido em virtude de paralisias ou paresias no III, IV e VI nervos. Em outro estudo, 25% das vítimas de TCE estudadas apresentaram sequelas neurológicas, das quais 1,6% (ou 0,4% do total) apresentaram estrabismo. Além disso, um estudo nacional indicou que os traumas representam mais de 2% dos fatores de risco para estrabismo. Um relato de caso registrou um paciente que adquiriu a condição de estrabismo após sofrer um acidente automobilístico e lesionar o nervo abducente. Ademais, um estudo europeu detectou, em 61 militares expostos a TCE, que um dos defeitos de campo significativos observados é hemianopsia homônima, que pode ter relação com um possível estrabismo, foi observada em 15% da população. (Lemke et al.). CONCLUSÃO: Destarte, o estrabismo pode ser estatisticamente considerado uma sequela pouco recorrente em vítimas de TCE, sendo necessário haver lesão em um dos pares cranianos responsáveis pelos movimentos oculares. No entanto, o TCE é uma das principais causas de estrabismo adquirido
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