INTRODUÇÃO: A Poliomielite teve seu último caso registrado no brasil em 1989, recebendo da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1994 o Certificado de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus (PV) Selvagem nas Américas (DURANTE, POZ 2014). Seu quadro inicial é caracterizado por febre, cefaleia, alterações gastrointestinais e dor abdominal. Menos de 1% dos casos resultam em PV paralítico, contudo, nesses casos a cepa tem como alvo os neurônios motores no corno anterior da coluna vertebral e no tronco cerebral, levando à fraqueza muscular e paralisia flácida. A Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) é considerada o ressurgimento dos sintomas paralíticos de 15 a 40 anos após a fase aguda, tendo manifestações como dor, fraqueza e fadiga muscular (GAWEL et al., 2019). A sua fisiopatologia é multifatorial, podendo ser causada por deterioração das funções neuromusculares, uso excessivo das unidades motoras remanescentes, processo geral de envelhecimento e alterações inflamatórias sistema nervoso central (CHU, LAM. 2019). O diagnóstico da SPP é feito considerando o antecedente de poliomielite paralítica confirmada, exploração clínica, período de estabilidade funcional da doença de pelo menos 15 anos, artralgias, mialgias, atrofia muscular e eletromiografia para avaliar a perda motora. Desse modo, faz-se necessário a aplicação de novos métodos que auxiliem o profissional, assim, o Índice de Número de Unidade Motora (MUNIX) vem sendo utilizado para fortalecer o diagnóstico e avaliar o grau de SPP (GAWEL et al., 2019). OBJETIVOS: O presente trabalho tem como finalidade discutir uma nova técnica utilizada para auxiliar no diagnóstico e avaliar o grau de comprometimento muscular na Síndrome Pós-Poliomielite através do Munix. METODOLOGIA: O presente estudo é uma revisão de literatura de cunho analítico. Os resultados foram obtidos a partir de artigos das plataformas online Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed e Lilacs. Os descritores utilizados foram “poliomyelitis”, “Post-poliomyelitis syndrome” e “MUNIX”, todos presentes no DeCS -Descritores em ciências da saúde. Foram considerados como critérios de exclusão o ano de publicação, os artigos analisados foram publicados nos últimos 5 anos. Foram considerados como critérios de inclusão a relevância do tema com o presente trabalho e atualidade. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A principal característica da SPP é a desenervação muscular, processo que leva mais de uma década, para auxiliar a clínica em seu diagnóstico é utilizado a eletromiografia, pois é um método não invasivo que permite analisar o nível de atividade muscular a ser quantificada, entretanto, esse método possui vários vieses como colocação do eletrodo, a espessura de gordura subcutânea, temperatura, impedância da pele e sinais elétricos dos músculos adjacentes (BIVIÁ-ROIG, LISÓN, SANCHEZ-ZURIAGA 2019), assim, esses vieses são minimizados com a aplicação do método MUNIX, no qual é possível quantificar a perda de unidades motora do músculo afetado pela SPP, pois fornece medidas que refletem o número e tamanho das unidades motoras em funcionamento (LAWLEY, SERI, RAJABALLY 2019). Nesse contexto, o MUNIX pode ser utilizado periodicamente para avaliar a evolução da doença, fazer comparativos entre músculos afetados diretamente pela SPP e músculos normais, bem como ser associando à eletromiografia para avaliar a atividade muscular com o número de unidades motoras (GAWEL et al., 2019). CONCLUSÃO: Diante do trabalho, e levando conta o difícil diagnóstico da SPP, pois o quadro típico pode se confundir com diversos outras patológicos, o aprimoramento de exames e técnicas complementares que possa auxiliar o profissional de saúde é de suma importância para a acurácia dos diagnósticos.
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