INTRODUÇÃO: Durante muitas décadas a formação em Medicina tem focado na clínica tradicional, relacionada às práticas curativas e que tem como aspecto central a doença em si, desconsiderando o indivíduo enquanto ser biopsicossocial. Entretanto na última década tem havido uma modificação nesse cenário e as graduações tem implementado na grade curricular mais disciplinas voltadas a Saúde Coletiva, visando romper com este paradigma tradicional de práticas biologicistas. OBJETIVO: Refletir sobre a inserção da Saúde Coletiva na formação dos discentes de Medicina, a partir da literatura. MÉTODOS: Revisão de literatura realizada nas bases de dados SciELO e Lilacs. Foram selecionados textos publicados entre 2008 e 2018, os quais foram tabulados, sintetizados e comparados a fim de elencar dados sobre o tema. RESULTADOS: Desde o início do Sec. XX são propostas mudanças na formação do profissional médico, não se atendo apenas as questões cientificas, mas a fim de considerar o paciente enquanto ser biopsicossocial. Apesar disto, o que ocorreu ao longo dos anos foi a continua especialização dos profissionais e a consequente desvalorização do médico generalista. Entretanto, foi percebido, a partir da década de 70, que as ações de saúde não estavam obtendo a resolutividade esperada, a formação profissional passa novamente por transformações que tem como foco o atendimento aos problemas da população. Com o advento do Sistema Único de Saúde e da Rede de Atenção Básica, foram priorizados as ações de cunho social, sendo criados departamentos de medicina social e preventiva, valorizando os impactos de aspectos de cunho social sobre o processo de adoecimento. Nesse contexto, começaram a ser implementadas e ampliadas as disciplinas relacionadas à Saúde Coletiva nos cursos de graduação em Medicina, visando formar profissionais aptos a trabalharem em equipes multiprofissionais, considerando o paciente enquanto ser biopsicossocial e ofertando cuidados de forma integral. CONCLUSÃO: A inserção de disciplinas voltadas a Saúde Coletiva na formação de discentes de Medicina proporciona a ampliação da visão acerca dos fatores que influenciam no processo de saúde-doença do indivíduo e/ou coletividade, contribuindo ainda para o desenvolvimento de uma melhor relação entre profissionais, sujeitos e comunidade, além de ampliar a capacidade resolutiva das equipes de saúde, tendo em vista que os discentes provenientes desta formação estarão mais aptos a trabalhar em equipes multiprofissionais e desenvolver atividades que visem não apenas os aspectos curativos baseados em uma visão especializada, mas estratégias que visam a modificação dos fatores que contribuem negativamente sobre o processo de adoecimento.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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