INTRODUÇÃO: O e-cigarro foi desenvolvido com a finalidade de minimizar o uso do tabaco ou substituição do cigarro convencional, sendo composto por um cartucho de nicotina; atomizador, que tem a função de condensar a nicotina e uma bateria. Entretanto, não existem estudos que apresentem os malefícios associados a utilização à longo prazo e que apresentem a segurança e a efetividade do mesmo na inibição do uso do cigarro convencional, além de haver um viés no conhecimento sobre o desenvolvimento de possíveis co-morbidades no usuário. Nesse contexto, foi levantada a problemática sobre o perfil dos usuários e segurança no uso desse dispositivo, já que, não se sabe a quantidade exata de nicotina e outras substâncias liberadas pelo cartucho, além da diferença de concentração existente em cada modelo. OBJETIVOS: Apresentar uma revisão de literatura sobre a utilização do e-cigarros, entre os anos de 2014 a 2019. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica sistemática quantitativa e qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de setembro a outubro de 2019, onde foram analisados artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais entre os anos de 2014-2019, utilizando os bancos de dados SCIELO, LILACS, PUBMED e BIREME. ANÁLISE CRÍTICA: Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) foram desenvolvidos a fim de ajudar os tabagistas na diminuição do uso do cigarro convencional. Destinam-se a fornecer nicotina na forma de gás, tendo uma grande variedade de modelos e concentrações da substância, podendo conter líquidos sem a nicotina. É imprescindível salientar que tanto o cigarro convencional quanto o cigarro eletrônico causam riscos à saúde do consumidor, porém como o e-cigarro foi criado com intuito de amenizar ou cessar o uso de cigarro convencional, os usuários entendem que o tabaco tradicional causa mais danos do que o sistema eletrônico de liberação de nicotina, produzindo efeitos de diversos fatores. O glicol e vapor de glicerol são potenciais irritadores de vias aéreas, mucosas e olhos. Já o propilenoglicol e glicerina não apresentaram danos celulares ao organismo humano em curto prazo, porém não há garantias em relação à saúde com a utilização em longo prazo. Nota-se também que durante a aerossolização há mudança na quantidade da substância, além de haver a liberação imprecisa da mesma pelo dispositivo e a incerteza nos rótulos quanto às medidas do elemento. As principais manifestações clínicas dos DEF’S consistem em irritação de orofaringe e tosse seca ao uso inicial; e assim como utilizadores de cigarros tradicionais há uma perturbação da função respiratória e níveis consideráveis de cotinina plasmática. Apesar dos DEF’S possuírem menos substâncias tóxicas que cigarros tradicionais, não há estudos que comprovem a isenção de danos aos usuários contínuos, por exemplo. O e-cigarro é utilizado principalmente em países desenvolvidos, onde o grau de escolaridade e renda dos indivíduos é de média-alta; tendo em vista esse quadro temos em média 73% e 54%, respectivamente, de indivíduos que conhecem o cigarro eletrônico nos EUA e Reino Unido. Contudo a China retém pouco conhecimento do DEF (32%). Nos Estados unidos observa-se que mais de 50% da população acredita que o cigarro eletrônico seja menos prejudicial à saúde, utilizando sendo utilizado com o objetivo de cessar ou reduzir o tabagismo. CONCLUSÃO: Conclui-se que o cigarro eletrônico está ganhando popularidade mundialmente nos últimos anos em países desenvolvidos, cujo conhecimento sobre os DEF´S é maior, já que é utilizado para substituição do cigarro comum, contribuindo assim com iniciação do uso da nicotina. Porém, não existem estudos comprovados que asseguram o auxílio do e-cigarro em suspender ou substituir o cigarro tradicional (tabaco), além de seres desconhecidas as suas associações com co-morbidades à longo prazo.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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