INTRODUÇÃO: A associação entre tecnologia e informação deu origem a Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), isto é, a tecnologia sendo usada como veículo de produção e divulgação de informações e mecanismo de comunicação. Para tanto, as TICs se materializam em diversos dispositivos, como: na internet, jogos e simulações, ambientes virtuais de aprendizagem, em cursos de educação a distância e nos teletrabalhos. De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, em seu art 75-B, o teletrabalho é toda atividade profissional desempenhada fora das dependências do empregador, realizada através de TICs e sem se constituir como trabalho externo. Dentre os âmbitos incorporados pelas TICs, a área da saúde destaca-se em um contexto de ambivalência entre receptividade e críticas. Os benefícios vão desde o retorno positivo de investimentos, eficiência de comunicação, coordenação de cuidados no contexto da prática clínica até os resultados no cuidado dos pacientes crônicos. Já como deficiência, discute-se a qualidade da comunicação e relação com os pacientes, dos dados e dos recursos, entre outros. A Telemedicina que, de acordo com o Organização Mundial da Saúde (OMS), é a oferta de serviços de saúde em contexto em que a distância é um fator fulcral, vem ganhando espaço no contexto internacional e, de maneira mais tímida, no Brasil. OBJETIVO: Analisar os impactos do uso de TICs na atuação profissional médica. MÉTODOS: A presente pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica, de abordagem qualitativa. Os materiais bibliográficos utilizados nas análises foram selecionados à luz dos descritores: “telemedicina”, “tecnologia” e “atuação médica”, em bases de dados como Scielo, Lilacs e PubMed. O período de publicação das produções analisadas compreende o período de 2015 a 2019. RESULTADOS: Após as análises, percebeu-se a utilização da Telemedicina como medida de expansão do atendimento médico e como meio de melhora na qualidade do cuidado. Entretanto, evidenciou-se que profissionais médicos ainda resistem aos serviços mediados por TICs, apontando uma cultura organizacional engessada nas instituições de saúde, falta de habilidade dos profissionais, baixos recursos tecnológicos, perda da qualidade do cuidado, precarização dos serviços oferecidos, entre outros fatores. Os principais impactos causados pelo o uso das TICs correspondem a fragilização da relação médico-paciente, maior incidência de dignósticos incorretos e substituição do olhar clínico humano pela inteligêncial artificial. Ainda, é importante ressaltar que também são vislumbrados impactos positivos. A depender da área de atuação médica, os dispositivos e atendimentos medicados por TICs possibilitam a otimização do tempo e o compartilhamento de opiniões e condutas médicas como, por exemplo, na área cirúrgica. CONCUSÃO: Dito isso, percebe-se que a telemedicina é uma tendência mundial que está ganhando espaço e relevância na área médica. Para que a mesma se efetive, torna-se pertinente maior divulgação em meio a classe médica, desmistificando-a e potencializando essa relação. Sugere-se que pesquisas de campo acerca da compreensão médica sobre o uso de telemedicina sejam estimuladas, para que tal objetivo seja alcançado.
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