INTRODUÇÃO: O termo meningite se refere a um grupo de doenças infectocontagiosas, caracterizado pela inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, as meninges. Essas patologias representam um grave problema de saúde pública no Brasil na medida em que provocam elevada morbimortalidade. Segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2017 foram registrados 15.689 casos em todo o território nacional. A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, a exemplo de bactérias e vírus, e não infecciosos, como traumatismo. Além disso, o déficit nutricional e imunológico são fatores importantes que podem tornar o indivíduo suscetível ao processo inflamatório das meninges. Considerando a sua relevância, a doença faz parte do conjunto de agravos que demandam notificação compulsória, devendo ser informada em até 24 horas aos órgãos de vigilância para, então, os dados serem incorporados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
OBJETIVO GERAL: Descrever os aspectos epidemiológicos dos casos confirmados de meningite no estado do Piauí, no período de 2011 a 2018.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo. Foi realizado a partir da coleta de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo DATASUS. Foram incluídos os casos confirmados de meningite no estado do Piauí no período de 2011 a 2018, de acordo com as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, etiologia e evolução clínica.
RESULTADOS: No período estudado, foram observados 1.824 casos de meningite no estado do Piauí. Em relação à faixa etária, o grupo mais acometido foi o de 20 a 39 anos (27,79%), seguido pelos indivíduos de 40 a 59 anos (15,24%). O sexo masculino foi responsável pela maioria dos casos, 1.123, em contraposição ao feminino, 701. No que se refere à etiologia, verificou-se predomínio das meningites virais (45,88%), seguidas das não especificadas (26,97%). As meningites bacterianas (10,47%) ocuparam a terceira posição e, logo após, aquelas causadas por outras etiologias (6,25%). Os dados relacionados à evolução clínica apontam que houve cura em 82,78% dos casos e ocorrência de óbito entre 8,88%. Além disso, 22 indivíduos evoluíram com óbito, mas devido a outras causas, e outros 130 tiveram ausência dessa informação.
DISCUSSÃO: Os resultados do estudo demonstraram maior prevalência entre os indivíduos do sexo masculino. O padrão foi observado em outros levantamentos epidemiológicos realizados, provavelmente devido à exposição ocupacional ou permanência em locais de aglomeração. Em relação à faixa etária, foi observado que o grupo mais acometido compreende os adultos jovens, corroborando resultados encontrados em estudos variados. Igualmente devido à presença em ambientes com elevada concentração de indivíduos, favorecendo a transmissão da doença.
Dos pacientes diagnosticados com meningite no período estudado, verifica-se que elevado quantitativo evoluiu com alta (82,78%) em contraposição ao número reduzido de óbitos (8,88%). Esses dados dialogam com outros achados na literatura e certamente indicam que há diagnóstico precoce, vacinação e tratamento adequados. Entretanto, o desenvolvimento de técnicas de investigação e terapêutica deve ser estimulado para que haja maior redução dos casos de óbitos. Além disso, a maior ocorrência das meningites de etiologia viral converge com outros estudos realizados em cenários diversos.
CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com meningite caracteriza-se por predominância do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 39 anos e de etiologia viral. A doença cursou com boa evolução, resultando em cura na maioria dos casos. Assim, destaca-se a importância de estudos epidemiológicos para o conhecimento dos pacientes e formulação de políticas de saúde voltadas para a resolução dessa problemática.
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