ASSOCIAÇÃO ENTRE A UTILIZAÇÃO DE INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS COM O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER GÁSTRICO.
José de Ribamar Ramos Neto¹; Victor Marlos da Silva Nascimento¹; Gustavo Monteiro de Sousa¹;Hayssa Duarte dos Santos Oliveira¹; Karolinne Kassia Silva Barbosa¹ Joilson Ramos de Jesus²
¹Discente do curso de medicina do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba (IESVAP), Parnaíba – PI.
²Docente do curso de medicina do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba (IESVAP), Parnaíba – PI.
Área temática: I – Atenção à saúde
E-mail do autor: ramosneto14@gmail.com
Introdução: Os Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs) são medicamentos que inibem especificamente e irreversivelmente a H+ /K+ -ATPase (Bomba de prótons), na etapa terminal da via secretora de ácido clorídrico, reduzindo assim a secreção de ácido gástrico basal, o qual é normalmente estimulada por alimento. Essa classe medicamentosa é utilizada para o tratamento de diversas patologias, como por exemplo, na irradicação de infecção por Helicobacter Pylori, na gastrite, na úlcera péptica e no refluxo gastroesofágico. Entretanto, estudos atuais realizados em animais apontaram uma associação do uso crônicos dos IBPs e o desenvolvimento de câncer gástrico. E segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer gástrico no Brasil apresenta uma incidência de 18,29/100.000 habitantes homens e 8,14/100.000 entre as mulheres. Objetivo: Analisar a associação entre os medicamentos inibidores da bomba de prótons com o desenvolvimento de câncer gástrico. Métodos: O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura realizada mediante uso de palavras chaves: “Inibidores da bomba de prótons” e “Câncer gástrico”) representativas do tema na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e os descritores em saúde (DeCS) obtidos foram usados nas bases de dados da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos-PubMed - PubMed (“Proton pump inhibitors”, “stomach neoplasms”), Biblioteca Elerônica Científica Online Scielo (“Inibidores da bomba de prótons”, “Câncer gástrico”) e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS (“Inibidores da bomba de prótons”, “Câncer gástrico”), utilizando como filtros: artigos publicados nos últimos 5 anos e estudos em humanos. Em seguida os artigos obtidos passaram por uma análise criteriosa dos títulos e do resumo, e apenas os artigos relacionados aos temas foram utilizados para elaboração da presente revisão. Análise crítica: Dos 33 artigos obtidos na busca sistemática para encontrar as melhores evidências sobre o tema apenas 10 que estavam relacionados com o tema foram selecionados para elaboração da revisão. Os inibidores gástricos da bomba de prótons (IBPs) são um dos medicamentos mais prescritos atualmente, pois são responsáveis pelo tratamento de diversas enfermidades gastrointestinal (Gastrite, úlcera péptica, infecção por Helicobacter Pylori, Esôfago de barret). Essa classe medicamentosa tem capacidade de impedir a secreção gástrica em certa de 95% da produção diária, através da inibição da enzima H+ /K+ -ATPase na superfície secretora das células parietais gástricas. O primeiro medicamento comercial dessa classe foi o benzimidazol e com o passar dos anos outros fármacos mais eficientes foram fabricados, entretanto, com a mesma função (Omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol). Apesar da indiscutível importância desses medicamentos, estudos experimentais atuais feito em animais evidenciaram que o uso crônico e com altas concentrações dessa modalidade terapêutica pode ocasionar o surgimento de neoplasias gastrointestinais. Já que a supressão ácida gástrica pela utilização de IBPs induz um quadro de hipergastrinemia, secundária à hipocloridria medicamentosa. Nesse contexto a gastrina exerceria efeitos tróficos sobre as células enterocromafins levando à hiperplasia e, posteriormente, ao desenvolvimento de tumores carcinoides. Os tumores carcinoides são neoplasias do sistema celular neuroendócrino difuso, a mais frequente sede desse tipo de tumor é o trato gastrointestinal e eles podem ter diversos perfis de produção hormonal que irão variar acordo com seu sítio de origem. Podem produzir serotonina, ACTH, calicreína, histamina, catecolaminas, prostaglandinas, gastrina e insulina, gerando diferentes quadro clínicos e reações orgânicas. Conclusão: Atualmente os inibidores da bomba de prótons (IBPs) são utilizados constantemente devido a sua capacidade de tratar diversas patologias gastrointestinais. Porém estudos experimentais atuais evidenciaram uma associação existente entre o uso crônico e altas concentrções desses fármacos com o desenvolvimento de câncer gástrico. Apesar de não existir evidencias que haja a influência do uso de IBPs e o surgimento de câncer gástrico em humanos, ainda assim é necessário que haja mais estudos para que se possa melhor entender essa associação.
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