INTRODUÇÃO: A obesidade é uma condição multifatorial que se caracteriza pelo excesso de adiposidade e que pode ser definida pelo Índice de Massa Corporal (IMC). A prevalência mundial de obesidade infantil aumentou consideravelmente nas últimas 3 décadas, estamos vivendo um dos mais sérios problemas de saúde pública do século XXI. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 41 milhões de crianças com menos de cinco anos esteja acima do peso adequado, por outro lado dados do Ministério da Saúde indica que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas. OBJETIVOS: Elencar os aspectos mais relevantes relacionados à Obesidade Infantil, a fim de conscientizar a população e profissionais de saúde sobre o impacto desta patologia na saúde do paciente. MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório realizado por meio de uma revisão de literatura. Para obtenção de dados pertinentes à temática, consultou-se as bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (MEDLINE/BVS), Literatura Latino Americana do Caribe em Ciência e Saúde (LILACS). Foram utilizados os seguintes descritores: “Obesidade Infantil”, “Fatores de Risco”, “Formas de Prevenção”, de acordo com os Descritores em Ciência e Saúde (DeCS). Foram considerados artigos publicados entre 2000 e 2019, nas línguas Português e Inglês. Os critérios de exclusão foram artigos repetidos e pesquisas que não englobassem o tema. RESULTADOS: Existem vários métodos diagnósticos para classificar o indivíduo em obeso e sobrepeso. O índice de massa corporal (IMC, peso/estatura2) e a medida da dobra cutânea do tríceps (DCT) são bastante utilizados. Na faixa etária pediátrica, para definir sobrepeso e obesidade, são usadas curvas de percentil de IMC e por idade específica de acordo com o sexo. Dessa forma, tem-se que crianças e adolescentes com o IMC acima do percentil 85 e menor que o percentil 95 se encontram em sobrepeso. Já aqueles com o percentil acima de 95 são considerados obesos. É importante destacar que a medida do IMC é a mais utilizada atualmente na clínica médica, no entanto para a escolha do método deve ser criteriosa, levando-se em conta sexo, idade e maturidade sexual. No que diz respeito aos determinantes e fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade infantil, tem-se aspectos genéticos e epigenéticos, doenças endócrinas, lesão hipotalâmica, exposição intrauterina ao diabetes gestacional, adiposidade materna, padrões alimentares, sedentarismo, influência étnica, condição socioeconômica e educação. As iniciativas de prevenção primordial e primária são as mais eficazes, ademais se forem iniciadas antes da idade escolar e mantidas durante a infância e a adolescência. Essa prevenção é fundamentada em 4 objetivos principais: diminuição da ingestão calórica, prevenção do ganho excessivo de peso, aumento do gasto energético e aumento da prática de atividade física. A estratégia de prevenção e/ou manejo deve incluir seus principais responsáveis no plano. São inúmeras as complicações que a obesidade infantil pode causar, entre destacando-se patologias articulares, cardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica e hipertrofia cardíaca), aumento do risco cirúrgico, distúrbios de crescimento, alterações cutâneas, endocrinometabólicas (resistência à insulina e maior predisposição ao diabetes, hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia), maior frequência de neoplasias e aumento da mortalidade. Faz-se necessário ainda atentar-se às complicações psicossociais que esta criança pode vir a desenvolver, como discriminação social e isolamento, afastamento de atividades sociais, dificuldade de expressar seus sentimentos, e até o desenvolvimento de depressão. Estudos demonstram que a obesidade infantil relaciona-se ainda com o aumento da mortalidade adulta através de complicações metabólicas, como processo aterosclerótico, síndrome metabólica e distúrbios pulmonares, incluindo-se a apneia obstrutiva do sono. CONCLUSÃO: O sobrepeso e a obesidade representam uma epidemia global entre crianças, aumentando consideravelmente as complicações advindas do excesso de peso, como o desenvolvimento de hipertensão, diabetes, dislipidemias e neoplasias, impactando no aumento da mortalidade. Ademais, crianças que tem sobrepeso e obesidade são mais propensas a continuar a ser obesos na adolescência e na vida adulta causando desenvolvimento progressivo de patologias. Assim, percebe-se que a obesidade é uma doença multifatorial e que é possível reduzir a sua influência através de modificações ambientais, sendo indispensável o uso da educação em saúde como medida de prevenção, além de práticas de intervenções, que envolvam pais, cuidadores e educadores, e políticas sociais envolvendo diversas culturas e classes sociais. Esta tem como objetivo a prevenção da obesidade infantil, buscando a mudança de comportamento através do despertar de uma consciência crítica, compreendendo que para a solução do problema é imperativo a conscientização das famílias, cuidadores e o apoio de educadores e profissionais da saúde, através de uma atuação transdisciplinar articulada e devidamente coordenada.
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