INTRODUÇÃO
O Brasil encontra-se entre os países com maior quantidade de nascimentos de cardiopatas, o que causa o comprometimento da qualidade de vida adulta ou resultando em óbitos caso não tratado precocemente. Em meio, às diversas alterações no principal músculo do organismo, encontra-se a insuficiência na circulação corporal, fator que influencia logo no desenvolvimento fetal no período de maturação dos órgãos iniciais que se destaca a evolução embriológica. Desse modo, o desenvolvimento corporal, a oxigenação, o transporte de minerais e vitaminas são as principais funções do coração, que devem ser acompanhadas desde o início da gestação, com foco na prevenção de possíveis anomalias.
A Medicina tem gradativamente realizado inovações, tornando-se parceira do campo tecnológico com os cuidados sobre a saúde de maneira abrangente e prática. No que concerne a esse contexto, exames de rotina gestacional são um dos principais fatores que necessitam ter precisão e facilidade de acesso à sociedade, pois a quantidade de nascimentos, nascidos vivos, nascidos mortos são quantificados, tendo-se como função o estudo qualitativo do acesso à saúde de forma igualitária. Sendo assim, o controle das cardiopatias são exames imprescindíveis e de baixa complexidade, muito defendidos pelo Ministério da Saúde como o fator primordial na busca pelo acompanhamento de gestantes, com foco em pessoas com histórico familiar de cardiopatias, diabetes, portadores de lúpus e hipotireoidismo, toxoplasmose ou rubéola e hipertensão, por serem estas, as causas mais frequentes para o desenvolvimento de tais alterações.
Dentre as funções do obstetra, evidencia-se a elaboração de planos terapêuticos sobre os cuidados materno-fetais com diversas medidas preventivas possíveis caso haja indícios de anomalias congênitas. Sendo assim, a suplementação de ácido fólico, é um dos exemplos mais comuns em acompanhamentos gestacionais o qual auxilia no controle do fechamento correto neuronal do feto e prevenção de malformações cardíacas. Além disso, a orientação materna sobre os riscos medicamentosos, alimentícios ou até mesmo nas práticas diárias, como fumantes e abuso de álcool, são medidas simples que promovem cuidados primordiais para o sucesso gestacional.
OBJETIVO
Abordar os aspectos importantes das cardiopatias congênitas, tais como sua fisiopatologia, principais patologias, uso do ácido fólico antes e durante a gravidez, e também sua importância no pré-natal, com o fito de proporcionar um bom tratamento e prevenção para o neonato e conscientização da gestante.
MÉTODOS
O artigo trata-se de uma revisão de literatura. Para a seleção de artigos, recorreu-se a estratégia PICO, com os descritores “Cardiopatias Congênitas” / “Heart Defects, Congenital” e “Cuidado Pré-Natal” / “Prenatal Care”, e o operador booleano “and”. As bases de dados utilizadas para consulta incluíram PUBMED e SCIELO; para a filtragem, foram utilizados artigos nacionais e internacionais, testes clínicos e artigos originais, disponíveis nos anos de 2015 a 2019, nos quais resultaram em 36 artigos. Destes, apenas 12 foram escolhidos, sendo 8 da base PUBMED e 4 da base SCIELO.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O conceito de cardiopatia congênita avalia-se no mal funcionamento cardíaco afetando os grandes vasos e divisões septais, levando ao comprometimento da circulação sistêmica fetal. Desse modo, ressalta-se que as causas mais comuns de malformações cardíacas podem resultar em alterações genéticas causadas pela ingestão de anticonvulsivantes e antidepressivos pela mãe e/ou hereditariedade, sendo este um fator que predispõe tal anomalia, necessitando-se como forma preventiva a utilização de ácido fólico no pré-natal antes da gravidez, responsável pelo fechamento correto do tubo neural do feto e prevenção de malformação cardíaca. Neste sentido, o histórico familiar de cardiopatas aumenta drasticamente a probabilidade de o neonato desenvolver malformação cardíaca. (PAVÃO, 2018).
Como forma de prevenção de malformações fetais graves é importante a suplementação materna com a vitamina B9, conhecida como ácido fólico, entre a fase de preconcepção até o terceiro mês de gestação. Esta vitamina tem como fontes principais: os vegetais de folhas verdes escuras, principalmente espinafre e couve, no fígado, levedo de cerveja, cenoura e gema de ovo. Quando há deficiência de folato, resulta no aumento da concentração de homocisteína plasmática, estando associada a um significativo aumento do risco de várias doenças cardíacas congênitas.
Desta forma, é importante salientar que o surgimento aumentado da camada transparente do pescoço fetal somado a cariotipagem normal, e também regurgitação tricúspide, são fatores que levam a um drástico aumento do risco de manifestações cardíacas congênitas (HAN, 2019). Considera-se imprescindível a realização precoce de exames no período pré-natal para diagnosticar cardiopatias congênitas, são eles: Tomografia Computadorizada, Ressonância magnética, Ecocardiograma e Ultrassonografia (destacando-se como o método mais frequente, pois é um exame simples, de baixo custo, em tempo real e não invasivo). Para o feitio desses exames deve se realizar uma triagem, visando o mínimo risco ao feto, visto que a radiação em excesso pode ser prejudicial. Em específico, as gestantes com idade superior a 35 anos, devem realizar o ecocardiograma além da ultrassonografia, sendo estes exames realizados para o aumento das chances de sucesso no tratamento e fito preventivo.
Ademais, nos países mais desenvolvidos a existência epidemiológica das cardiopatias congênitas varia entre 0,8% e nos subdesenvolvidos 1,2%. Já no Brasil, o predomínio é de 9,58 para cada 1.000 (mil) neonatos (PAVÃO,2018). Pode-se dizer ainda que, de acordo com estudos realizados pela Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia as principais cardiopatias congênitas mais abrangentes no pré-natal são malformações cardíacas inespecíficas (18,8%), deslocamento dos principais vasos e hipoplasia da câmara ventricular esquerda (11,5%), Tetralogia de Fallot (9,4%), anormalidades do septo atrioventricular (7,3%) e estreitamento do canal arterial (6,3%), todos estes identificados no ecocardiograma fetal. (PINHEIRO, 2019).
CONCLUSÃO
Hoje todos os pacientes com histórico familiar de doença cardíaca congênita devem discutir com o obstetra sobre o uso no pré-natal da suplementação de folato antes de engravidar. Considerou-se ainda sobre o papel preventivo do ácido fólico sobre as doenças congênitas cardíacas e revelou-se também que é de fundamental importância a realização de um criterioso pré-natal, com especial aplicabilidade de ultrassonografia e ecocardiograma fetal, na prevenção de doenças cardíacas congênitas. Destacou-se as principais cardiopatias congênitas, de acordo com estudos realizados pela Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, que poderiam decorrer de um pré-natal inexistente ou inadequado. O risco para neonatos cardiopatas aumenta consideravelmente em virtude de tais fatores: histórico familiar de cardiopatias, mães portadoras de diabetes, lúpus e hipotireoidismo, toxoplasmose ou rubéola e hipertensão.
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