Introdução: A sepse é uma doença potencialmente grave desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica do hospedeiro decorrente de uma infecção, podendo levar a queda da pressão arterial, falência de órgãos, entre outros sintomas. A resposta imune e a virulência do agente desempenham um aspecto importante na progressão da doença, podendo resultar na sepse grave ao choque séptico, quando não tratadas ou tratadas inadequadamente. Qualquer agente etiológico pode causar sepse ou choque séptico tais como, bactérias, vírus, fungos, protozoários, dos quais as bactérias são as principais envolvidas nessas infecções. Essa patologia é um grave problema de saúde pública em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo a principal causa de mortalidade no Brasil. Há grande necessidade de incremento nas ações do cuidado aos pacientes hospitalizados, na profilaxia pela contaminação com bactérias multirresistentes e no pronto reconhecimento dos sinais e sintomas da sepse, pois o início precoce do tratamento e a intervenção adequada de acordo com a fase da doença diminuem a sua letalidade.Objetivo: Compreender os fatores de risco no desenvolvimento da sepse, prevenção e a importância dessa enfermidade no contexto da saúde pública do Brasil. Métodos: A fundamentação teórica dessa revisão bibliográfica foi baseada em artigos científicos selecionados através da busca sistemática em bases de dados, mediante uso de descritores obtidos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e aplicados na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos- PubMed (sepsis, risk factors) e Scielo (sepse, fatores de risco), utilizando como filtros: artigos publicados nos últimos 5 anos, e pesquisa em seres humanos. Análise Crítica: A sepse é um conjunto de reações inflamatórias, neurais, hormonais e metabólicas, conhecidas como Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) resultante de uma complexa interação entre o microorganismo infectante e a resposta imune, pró-inflamatória e pró-coagulante do hospedeiro. Sepse, sepse grave ou choque séptico representam a evolução temporal da mesma síndrome com espectros distintos de gravidade associados a taxas crescentes de mortalidade. Essa doença é um grave problema de saúde pública em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que apesar de um enorme esforço de investigação nas últimas décadas, continua sendo um desafio considerável e crescente aos cuidados de saúde. No Brasil, esta patologia é a segunda principal causa de mortalidade em UTI, tendo a incidência aumentada de 82,7 casos em 100.000 habitantes em 1979 para 240,4 por 100.000 em 2000, com a mortalidade hospitalar variando entre 28 a 60% de acordo com a gravidade da doença. A incidência no Brasil é de aproximadamente 200 mil casos por ano, com uma mortalidade entre 35 a 45% para sepse grave, e 52 a 65% para o choque séptico. Com a evolução de tratamentos mais agressivos e a melhora da sobrevida de pacientes com doenças crônicas e graves, observa-se maior tempo de hospitalização de pessoas portadoras dessas doenças e aumento da sua incidência. Além disso, algumas condições podem comprometer a resposta imune do hospedeiro e aumentar a suscetibilidade às infecções, tais como: envelhecimento da população, procedimentos invasivos, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), desnutrição, alcoolismo, diabetes mellitus, procedimentos de transplantes, infecções nosocomiais e comunitárias e maior número de infecções por micro-organismos multirresistentes. O Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) reafirma a elevada mortalidade por sepse em UTI brasileiras na rede pública, sendo 58,5% e nas privadas 34,5% e sugere como possibilidade de causa, a falta de leitos nas UTI públicas e a falta de conhecimento dos sinais de sepse pelos profissionais da saúde, descobrindo assim tardiamente a infecção, e, à medida que a doença avança, diminui a chance de sobrevivência, pois diagnóstico e tratamento que iniciam tardiamente são menos ineficazes. No que diz respeito à prevenção, a adoção de práticas de higiene geral, como a lavagem de mãos, inclusão de suporte nutricional e sanitário através da distribuição de água potável em áreas que necessitam de recursos e a implantação de programas de vacinação à população em risco podem contribuir na redução dos casos de sepse. Como também, quanto mais rápido e adequado for o tratamento escolhido no momento inicial após a evolução do quadro de sepse, melhor será a expectativa de reabilitação dos pacientes. Desse modo, o estabelecimento e o cumprimento dos protocolos podem ser úteis para facilitar o diagnóstico e o tratamento precoce da sepse. Conclusão: Este estudo evidenciou que a maioria dos pacientes com sepse internados em UTI desenvolveram choque séptico, ocasionando maior número de óbitos de pacientes. Os principais fatores de risco que estão associados ao agravamento desta patologia foram: idade superior que 65 anos, maior tempo médio de internação, elevada frequência de comorbidades.