PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM HEPATITE B E C NOS ÚLTIMOS ANOS NO BRASIL
Vitória Sena Braga1; Luana Paz Sabóia Bandeira1; Victor de Oliveira Bessa1; Helder Marques Lima Júnior1; Lucas Gomes Guimarães1; Luan Kelves Miranda de Souza 2.
1- Discentes do curso de Medicina do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba; 2- Docente do curso de Medicina do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba.
1. INTRODUÇÃO
Hepatite é definida de forma simples como uma degeneração do fígado que possui diversas causas sendo considerada um grave problema de saúde pública Brasileira e mundial.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois bilhões de pessoas em algum estágio de suas vidas, já tiveram contato com o vírus da hepatite B (HBV) (BRASIL, 2003), esta trata-se de uma infecção causada por um vírus de DNA (HBV) (FIOCRUZ, 2006).
Segundo Choo et al., a Hepatite do tipo C, tem como causa um vírus da família Flaviviridae. O vírus da hepatite tipo C (HCV), possui uma via de transmissão do tipo parenteral, com isso hoje em dia, o principal fator de risco para aquisição de hepatite encontra-se na classe de usuários de drogas injetáveis (SILVA, 2012).
O HCV possui prevalência mundial e com ampla distribuição geográfica, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial está infectada pelo HCV.
As taxas de detecção de hepatite B no Brasil, desde 2011, vêm apresentando poucas variações, com leve tendência de queda desde 2014, atingindo 6,5 casos para cada 100 mil habitantes no país em 2017. De 1999 a 2017, foram notificados no Brasil 331.855 casos de hepatite C (BRASIL, 2018).
O objetivo deste estudo foi identificar a hepatite B e C no cenário brasileiro, analisar a distribuição populacional e os fatores determinantes dessa patologia. A partir da perspectiva de estudos epidemiológicos ao longo dos anos, foram identificados dados de pessoas portadores do vírus, suas localidades e onde há maior incidência.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, realizado a partir de artigos científicos de casos notificados e confirmados de hepatites virais B e C nos estados brasileiros. As ferramentas utilizadas para procura de artigos científicos foram, as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), ScientificEletrônic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (PUBMED) e o Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde ? Ministério da Saúde – Brasil. Foi definido como critério de inclusão: artigos publicados entre os anos de 1900 a 2019.
3. RESULTADOS
No cenário Brasileiro, entre os anos de 1999 a 2017, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foram notificados 587.821 casos confirmados de Hepatites Virais e apenas no ano de 2017 o Ministério da Saúde registrou 40.198 novos casos dessas mesmas patologias.
No decorrer destes dezoitos anos, destes 587.821 casos confirmados, a Hepatite B representa 37,1% dos casos notificados, já a hepatite C é responsável por 34,2% dos casos.
Entre todas as regiões do território Nacional Brasileiro, a maior incidência registrada de hepatite B encontra-se na região Sudeste (35,2%), seguida das regiões Sul (31,6%), Norte (14,3%), Nordeste (9,7%) e Centro-Oeste (9,2%). (BRASIL, 2018).
Entre as regiões Brasileiras, a região Sudeste apresentou as maiores proporções do vírus de Hepatite C, com 60,9%, a região Sul com (26,5%) ficou em segundo lugar, seguida das regiões Centro-Oeste (3,4%) e Nordeste com (3,3%)
No mesmo período, foi possível observar maior prevalência dos casos de hepatites virais do tipo B e C em homens, tendo a primeira classe cerca 54,4% do total de casos e a segunda 58,5%, respectivamente (BRASIL, 2018).
No ano de 2016, O ranking das capitais brasileiras que apresentaram as maiores taxas de detecção de hepatite C, resultou em onze capitais com taxas superiores à nacional (13,3 casos por 100 mil habitantes). Porto Alegre-RS apresentou a maior taxa entre as capitais (94,1 casos por 100 mil habitantes, seguida da cidade de São Paulo-SP (38,4) e Curitiba-PR (33,1). Os menores números registrados foram na capital da Paraíba, João Pessoa, que obteve a marca de 2,5 casos para cada 100 mil habitantes.
Do total de casos comprovados de hepatite viral C no Brasil, a maior prevalência foi vista na faixa etária a partir de 60 anos, cerca de (18.8%). A avaliação dos casos notificados de hepatite viral B, a maior incidência (38,3%) se deu entre indivíduos de 25 a 39 anos. Porém, isoladamente no ano de 2017, pessoas entre 30 a 44 anos obtiveram o maior número de casos notificados, cerca de 36,8%.
4. CONCLUSÃO
Conclui-se então, que no Brasil, a maior incidência de hepatite B e C encontra-se na região sudeste. Já as menores incidências encontram-se nas regiões centro-oeste e nordeste respectivamente. Além disso, foi analisado que as hepatitesB e C tiveram maior incidência em indivíduos do sexo masculino do que feminino.
5. PALAVRAS CHAVE
HEPATITE C ;PERFIL DE SAÚDE; HEPATITE B
6. REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Virais (DIAHV) Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais 2018 . v:50, nº. 17. 2019.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Agência Fiocruz de Notícias. Hepatite. Rio de Janeiro: 2006. [acesso em 25, out. de 2019]. Informações em publicação sobre o inquérito. Disponível em: http://www.fiocruz.br.
OMS. Cúpula Mundial de Hepatites 2017. Relatório Global sobre Hepatites, 2017: Declaração de São Paulo Sobre Hepatites.
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais: o Brasil está atento. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
Silva AL, Vitorino RR, Esperidião-Antonio V, Santos ET, Santana LA, Henriques BD, et al. Hepatites virais: B, C e D: atualização. Rev Bras Clin Med. 2012 mai-jun;10(3):206-18.
World Health Organization. Global hepatitis report, 2017 [Internet]. Genebra: World Health Organization; 2017 [cited 2017 Ago 16].
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