INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma infecção granulomatosa crônica, que possui como agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo com a capacidade de infectar grande número de indivíduos, atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo ocasionar lesões neurais, levando à doença um alto poder incapacitante, geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também podem afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. A prevalência da doença está diretamente ligada a condições precárias de higiene, somado a isso o contato com indivíduos portadores, sem tratamento, da forma multibaciliar da doença. No Brasil, tal enfermidade possui uma quantidade relevante de casos, dados retirados do Ministério da Saúde de 2011 revelaram que era o país com maior número de casos de hanseníase na América Latina, com o valor estimado de mais de 33 mil doentes e ocupava o 2° lugar globalmente. Afim de diminuir a morbidade e aumentar a cura dessa patologia, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e em referências. Oferecendo como terapêutica a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antimicrobianos, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
OBJETIVO: O objetivo desse trabalho foi analisar a dinâmica da infecção por Mycobacterium leprae e da morbidade hospitalar no estado do Piauí.
METODOLOGIA: Trata-se de uma Pesquisa de abordagem quantitativa com procedimento documental de dados secundários coletados na base de dados do DATASUS- TABNET do período entre 2008 e 2018, Mediante seleção da lista de morbidade do CID 10, e em seguida XII- doenças da pele e tecido subcutâneo e hanseníase e com fundamentação teórica oriundas de artigos científicos provenientes de busca sistemática em bases de dados Biblioteca Eletrônica Cientifica Online-Scielo, com a utilização dos descritores “infecções por mycobacterium” e “hanseníase multibaciliar”.
DISCUSSÃO E RESULTADOS: De acordo com a análise dos dados secundários coletados no sistema de informações hospitalares SUS-(SIH/SUS), a morbidade hospitalar/internação, ocasionada por hanseníase, teve queda progressiva e significativa no período do estudo, onde a taxa de internação caiu de 371 (28,58%) casos em 2008 para 53 casos (3,22%). Ao relacionar com outros valores do boletim epidemiológico do ministério da saúde de 2013, pode -se afirmar que o índice de prevalência em 2012, o coeficiente de prevalência de hanseníase do Brasil era 1,51 caso/10 mil habitantes, o que representou uma redução de 12% em relação ao valor do coeficiente no ano 2004 (1,71 caso/10 mil habitantes), ano em que o país fez a readequação do cálculo desse indicador para que fosse possível fazer comparações com outros países-membros da OMS. Essa diminuição ocorreu devido as intensas campanhas do ministério da saúde para controle da disseminação da doença de baixa patogenicidade, mas alta transmissibilidade. Como a campanha do ministério de saúde em conjunto com a Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD, como por exemplo JANEIRO ROXO, todo último domingo de janeiro é o Dia Mundial de Combate a Hanseníase e a Lei Federal 12.135 de 2009 instituiu o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Dessa maneira, para obter tal feito intensificou-se o rastreio com busca ativa e a capacitação na atenção primaria para reconhecimento de sinais e sintomas, além de fornecer tratamento gratuito. Ainda, as iniciativas em salas de espera devem andar junto com a divulgação em meios de comunicação. Em avaliação de uma campanha de mídia para eliminação de hanseníase no Brasil, constatou-se que a informação a respeito dos sinais e sintomas foi de fácil recordação, uma vez que 74% das 1000 pessoas expostas aos anúncios de prevenção desta doença lembraram-se das mensagens principais, entre elas manchas na pele, falta de sensibilidade e dormência como sinais de hanseníase. Assim, é importante que o Ministério da Saúde invista em materiais audiovisuais e pedagógicos, como folders e cartazes, uma vez que ainda se vivencia a subutilização desses materiais no Sistema Único de Saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em suma, conclui-se que a partir da análise dos resultados a taxa de morbidade hospitalar ocasionada pela Mycobacterium leprae sofreu uma queda progressiva e significativa durante esse período, evidenciando que o empenho do ministério da saúde, dos profissionais e Estado e as campanhas promovidas surtiram efeito aclamado.
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