INTRODUÇÃO
O câncer infantil é o aumento exponencial de massas celulares anormais devido a mitoses sucessivas e descontroladas que acometem as crianças. Apesar de serem relativamente mais raros que os tumores em adultos, representam, segundo o Ministério da Saúde, a maior causa de óbitos pediátricos causados por doenças. Essa neoplasia diferencia-se da encontrada em adultos por possuir diferentes origens histopatológicas, além de alterações no comportamento clínico. Diante dessas diferenças, torna-se importante caracterizar a região de saúde quanto ao impacto dessas doenças, possibilitando uma melhor elaboração de políticas públicas.
OBJETIVOS
Este estudo busca levantar algumas informações epidemiológicas relevantes quanto às neoplasias que levaram a internações na Planície Litorânea do Piauí em crianças de 0 a 9 anos de idade no período de 2015 a 2018.
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de um levantamento epidemiológico a partir de dados oficiais, não havendo necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética. Para coleta de dados, utilizou-se o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH) por local de residência, através da Plataforma DATASUS/TABNET, onde foram filtrados região de saúde (Planície litorânea), período (janeiro de 2015 a dezembro de 2018), capítulo da CID-10 (II. Neoplasias) e faixa etária (até 9 anos). A análise dos dados foi feita através do software Microsoft Excel, utilizando-se as tabelas geradas pelo DATASUS.
RESULTADOS
Observou-se 169 internações na totalidade, das quais 70 (41,4%) foram classificadas como Leucemia, 17 (10%) como Outras neoplasias malignas do trato urinário, 16 (9,4%) como Neoplasia maligna do osso e cartilagem articular e 13 (7,6%) como Outras neoplasias malignas dos órgãos genitais masculinos, sendo as maiores porcentagens. Entre as faixas etárias, houveram 103 (60,9%) internações em crianças de 1 a 4 anos, 61 (36%) de 5 a 9 anos e apenas 5 (2,9%) em indivíduos de até um ano, notando-se grande concentração na faixa etária intermediária. Entre os municípios, 85 (50,2%) internações ocorreram entre os residentes de Parnaíba, 26 (15,3%) em Luís Correia e 20 (11,8%) em Caraúbas do Piauí, notando-se a concentração lógica em municípios de maior população. No entanto, em se tratando da média de dias de permanência internado, os maiores valores pertencem à Luís Correia (15,3), Cocal (13,8) e Caraúbas do Piauí (12,5), cidades com menor estrutura hospitalar, enquanto que, entre as neoplasias, destacaram-se Neoplasias malignas em outras partes do sistema nervoso central (16,5), Outras neoplasias malignas do trato urinário (13,8) e Neoplasia maligna do encéfalo (13). Em relação aos óbitos, contabilizaram-se 12 óbitos, sendo 6 (50%) devido a leucemia e paralelamente, 7 (58,3%) do total de óbitos concentra-se em parnaibanos. Vale destacar ainda que 137 (81%) internações ocorreram em caráter urgente e 32 (18,9%) de forma eletiva, proporção maior se analisado apenas a faixa de 5 a 9 anos, onde dos 61 casos, 55 (90,1%) eram urgentes, o que mostra um dado muito preocupante, já que a maioria das neoplasia apresenta evolução crônica com sintomas mais acentuados em estádios mais graves.
CONCLUSÃO
Percebe-se, portanto, que a leucemia é uma causa expressiva de internações infantis, assim como de óbitos dentre os cânceres nessa faixa etária, demonstrando a necessidade de estrutura e instrução apropriada para essa e outras afecções. Além disso, as cidades mais populosas geram mais internações, porém algumas cidades menores e rurais geram maior tempo de permanência internado, o que pode gerar grande exaustão física, financeira e emocional para as pessoas que são tratadas fora da cidade-natal. A faixa etária na qual predominam as neoplasias é a de 1 a 4 anos e o caráter de urgência predomina de forma geral e alerta para a necessidade de detecção precoce dessas doenças. De forma geral, esse território apresenta diversos pontos a serem notados e trabalhados para que haja um maior preparo para as neoplasias infantis.
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