Introdução: Consoante SLAWINSKI et al , o transtorno do espectro autista é um dos mais comuns transtornos de desenvolvimento neurológico dos Estados Unidos, sendo a prevalência estimada de 1 para 68 crianças. Enquanto os principais sintomas variam em gravidade, todos os indivíduos com TEA experimentam comprometimento clinicamente significativo do funcionamento resultante de déficits persistentes nas interações sociais e/ou na comunicação, como padrões repetitivos de comportamento ou ações. Conforme Journal of Autism and Developmental Disorders, o Citomegalovírus (CMV) é um herpesvírus neurotrópico que pode ser transmitido para a criança durante a gravidez. A primeira infecção por CMV geralmente é assintomática ou autolimitada e permanece em estado de latência por um tempo. Esse patógeno é um mais comum em infecção intrauterina do mundo, principal causa não genética de perda auditiva neurossensorial em crianças e importante causa de atraso e sequelas no desenvolvimento neurológico.
Objetivo: Entender a ação do citomegalovírus no desenvolvimento de autismo em crianças que nasceram de gestantes infectadas pelo vírus.
Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, feita por intermédio de busca de artigos na base de dado PUBMED com os descritores “Autism” e “Cytomegalovirus”, propostos pelo DeCS – Descritores de ciências da saúde. Ao todo foram encontrados 16 artigos sobre os temas, excluíram-se artigos que não se enquadravam na temática e os que continham conflitos de interesse, por fim, foram analisados 6 artigos em língua inglesa, datados de 2014 a 2018.
Resultados: Segundo GARAFOLI et al, acredita-se que o CMV é um dos agentes etiológicos do TEA, podendo interferir na indução da diferenciação neural e levar à apoptose nas células infectadas. Isso pode explicar a ampla sintomatologia neurológica que pode se desenvolver após a infecção congênita por CMV, como deficiência auditiva, problemas visuais, paralisia cerebral, epilepsia, comprometimentos motores e cognitivos. De acordo com VALAYI et al, a exposição ao vírus CMV durante o primeiro trimestre de gravidez aumenta o risco de TEA. Ademais, provavelmente os defeitos imunes observados em crianças autistas estão relacionados à exposição essa viral. Outrossim, alguns pesquisadores dizem que a infecção viral pode ser responsável pela diminuição das células T helper em pacientes autistas. Além disso, descobertas revelam que respostas primárias à infecção viral, em embriões ou fetos, podem levar a defeitos do sistema imunológico e produção de anticorpos contra o tecido cerebral destes, portanto, causam os sintomas cerebrais relacionados ao TEA.
Conclusão: Por conseguinte, observa-se uma relação entre a infecção congênita por citomegalovírus e o surgimento de TEA, porém, ainda, não se sabe exatamente o mecanismo de ação do vírus no corpo para o desenvolvimento de tal patologia, Acredita-se que envolve a resposta imune ao vírus, contudo, apenas há suposições da forma como o sistema afeta o embrião ou feto, causando a sintomatologia característica do TEA.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
Comissão Organizadora
Vanessa Cristina de Castro Aragão Oliveira
Elder Bontempo Teixeira
Christiane Melo Silva Bontempo
Luan Kelves Miranda de Souza
Comissão Científica
FAHESP/IESVAP
(86) 3322 7314