INTRODUÇÃO: O método conservador e tradicional no processo de ensino e aprendizagem está relacionado com o aprendizado unilateral, no qual o aluno apenas recebe informações passadas pelo professor com pouca ou nenhuma interação. Sendo assim, em aulas práticas de anatomia nos cursos de medicina, nas quais se fez necessário conhecer, localizar e identificar diversos nomes e estruturas corporais, esse método se torna obsoleto, criando um aprendizado decorativo. Em contrapartida, nas novas diretrizes curriculares do curso de medicina, no artigo 29, inciso II, retrata a necessidade da utilização de metodologias ativas que privilegiem a participação efetiva dos alunos na construção de um conhecimento sólido, baseado na integração dos conteúdos, de modo que o incentive a ter mais autonomia para instigar e aprender os assuntos. Nesse contexto, a anatomia por ser definida como a ciência que estuda as estruturas do corpo humano e suas relações, seu aprendizado é melhor entendido quando exposto a métodos ativos de ensino e aprendizagem, além de associado com outras áreas morfofuncionais, tais como: fisiologia, embriologia, histologia e bioquímica. OBJETIVO: Relatar a experiência de uma acadêmica do primeiro ano do curso de medicina da FAHESP/IESVAP frente ao modelo de aula prática de anatomia segundo a nova matriz curricular dos cursos de medicina no modulo de sistemas orgânicos integrados. METODOLOGIA: A aula prática de anatomia se consolida em quatro etapas. Na primeira etapa o professor fornece um conteúdo ou material para estudo prévio em casa. Na segunda etapa o professor divide os alunos em multiestações no laboratório de aula prática. Na terceira etapa os alunos desenvolvem os objetivos de ensino e aprendizagem em cada multiestações. Na quarta etapa o professor faz a verificação de aprendizagem ao final da aula. Essa proposta é baseada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina de 2014, as quais corroboram para a importância da metodologia ativa no processo de ensino-aprendizagem. RESULTADOS: Dias antes das aulas de laboratório, um roteiro é enviado pelos professores para os alunos, para que tenha o estudo em casa focado no que será abordado naquela semana na aula prática, isso favorece muito o processo de aprendizagem, pois os alunos chegam no laboratório apenas para tirar as dúvidas. No dia da aula de laboratório morfofuncional os grupos são divididos em subgrupos os quais se distribuem em estações. Essas estações contemplam os objetivos a serem alcançados na semana, no que diz respeito a anatomia humana, e normalmente, são 4 etapas de conhecimento. Essa divisão corresponde a, na maioria das vezes, objetivos diferentes em cada estação, na qual os alunos devem utilizar de peças anatômicas, atlas de anatomia ou qualquer outra ferramenta tecnológica para identificar as estruturas estudas naquela semana. Assim, o conhecimento é dividido em etapas que vão sendo cumpridas, com tempo de 20 minutos para cada estação. Durante esse período, os alunos fazem esse estudo de forma autônoma e o professor fica presente rodando nas estações para direcionar, facilitar o aprendizado e tirar dúvidas que possam surgir. Ao final, quando todos os subgrupos já passaram por todas as estações, o professor faz um breve resumo/fechamento como verificação de aprendizagem da aula sobre o que é importante focar naquele dia de laboratório de anatomia e traz inovações como, casos clínicos, situações problemas e ferramentas interativas: kahoot, wooclap, Team Based Learning (TBL), Reason and Stop, que ajudam a fixar a matéria e fazer associações com a prática médica. ANÁLISE CRÍTICA: O que se pode inferir sobre essa metodologia na aprendizagem de anatomia humana é que ela promove uma maior autonomia dos alunos, bem como torna-o o principal responsável pelo seu aprendizado, isso favorece para a formação de profissionais mais dinâmicos, autônomos, com senso crítico e com aprendizado. Além disso, torna a anatomia uma matéria de mais fácil entendimento, visto sua grande importância para a prática clínica. No entanto, apesar de apresentar vários pontos positivos como os citados acima, existem algumas limitações. Dentre elas está o fato de depositar nos alunos uma responsabilidade de aprendizado próprio muito grande, no qual muitos discentes não estão preparados para assumir tal dever, principalmente no primeiro semestre de curso. Devido a isso, é necessário um acompanhamento mais pessoal com cada aluno, afim de diminuir esses acontecimentos e dúvidas. CONCLUSÃO: Conclui-se, então, nesse primeiro ano cursando medicina, com o método ativo que ele contribui para a autonomia dos alunos no que diz respeito ao processo de ensino aprendizagem dos alunos, principalmente, de uma matéria como anatomia, ajudando em uma formação mais sólida, bem como ajuda a criar um senso de responsabilidade pessoal maior com a minha futura profissão de médica.
O Congresso Internacional Transdisciplinar & II Jornada Acadêmica de Medicina do IESVAP tem como principal objetivo promover a integração da comunidade acadêmica a fim de discutir as questões pertinentes à formação profissional, bem como promover a disseminação de conhecimento de uma forma plural com os diversos cursos que compõem as Ciências da Saúde e as Ciências Humanas, promovendo assim uma melhor reflexão para a ação consciente da prática profissional.
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