INTRODUÇÃO: O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A mamografia é o método de escolha para rastreio e diagnóstico dessa patologia, tendo papel fundamental na detecção precoce e eficiência comprovada na redução da mortalidade pelo câncer de mama. Atualmente, mamografias de rastreio são indicadas a cada dois anos para mulheres de 50 a 69 anos. Ademais, as mamografias diagnósticas são utilizadas para elucidação dos sintomas em mulheres sintomáticas.
OBJETIVO: Fazer análise epidemiológica dos exames de mamografia de rastreio realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado do Piauí, nos anos de 2017 e 2018.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caráter quantitativo, epidemiológico e retrospectivo. As informações foram coletadas na plataforma DATASUS, a partir do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN). Os dados incluem as mamografias realizadas no estado do Piauí nos anos de 2017 e 2018, as quais foram analisadas segundo os critérios: ano, munícipio prestador do serviço, faixa etária, indicação clínica e mamografias anteriores. Utilizaram-se também os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes à estimativa populacional para o estado do Piauí, por sexo e idade, no ano de 2018.
RESULTADOS E ANÁLISE CRÍTICA: Constatou-se que, nesse período, foram realizadas ao todo 22.449 mamografias de rastreio no estado do Piauí. Dentre essas, 2.314 foram realizadas no ano de 2017 e 20.135 no ano de 2018. A cidade de Teresina foi a maior prestadora desses serviços, com 17.750 exames, seguida de Parnaíba e Floriano, com 1.816 e 607, respectivamente. A maioria dos exames foi realizada na faixa etária de 50 a 69 anos (57,5%), o que condiz com a faixa preconizada pelo Ministério da Saúde para a realização do rastreamento. Dentre os exames, 22.300 foram realizados em população alvo, 105 em pacientes já tratados de câncer de mama e 44 em população de risco elevado. Do total de pacientes examinados, 57% já haviam realizado mamografia anteriormente, 25,6% estavam realizando o exame pela primeira vez e 17,4% não souberam fornecer essa informação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa populacional para o ano de 2018 era de 279.125 mulheres na faixa estaria de 50 a 69 anos no estado do Piauí. Dessa forma, os 12.916 exames que foram realizados nessa faixa etária, estão muito aquém da quantidade esperada. O parâmetro preconizado pelo SUS, de acordo com o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS), é de 70 mamografias a cada 100 mulheres que se encaixem no público alvo, número muito discrepante da realidade do estado. É importante enfatizar que tais dados avaliam a oferta de mamografias apenas com base no número de exames feitos, e não no número de mulheres examinadas, havendo a possibilidade de uma mesma mulher ter realizado mais de um exame. Para o estudo mais aprofundado desse indicador, informações como periodicidade dos exames e cobertura da atenção à saúde no território, seriam de grande importância. Apesar das limitações dos dados, pode-se perceber que uma grande parte do público alvo das mamografias de rastreio não está realizando os exames com a periodicidade preconizada pelo Ministério da Saúde.
CONCLUSÃO: Reforça-se a mamografia de rastreio como o método mais eficaz para a detecção precoce do câncer de mama, sendo fundamental para um bom prognóstico, tratamento mais efetivo e menores morbidades associadas. Dessa forma, a educação em saúde e o fortalecimento de estratégias que facilitem o acesso da população a esse serviço são imprescindíveis para que as recomendações de população-alvo e periodicidade sejam respeitadas.
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