INFECÇÕES NOSOCOMIAIS ORIUNDAS EM CATETERES VENOSOS CENTRAIS PROVENIENTES DE PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA – UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • Autor
  • Murilo Rodrigues da Silva
  • Co-autores
  • André Augusto Guerra Gomes , Ana Rachel Oliveira de Andrade
  • Resumo
  •  

    1. Introdução: Os cateteres venosos centrais (CVC) são dispositivos invasivos que auxiliam no diagnóstico de determinadas patologias e permitem a administração de medicamentos, nutrição parenteral, antibioticoterapia de longa duração e monitoração hemodinâmica. São ferramentas de uso padrão e diário dentro dos hospitais e cotidiano da equipe médica, principalmente com os pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), incluindo os pacientes em tratamento dialítico. Embora apresente uma série de vantagens, o CVC representa o principal fator de risco para infecção primária da corrente sanguínea (IPCS), quando comparado a outros tipos de acesso, além de estar relacionado a maior risco de mortalidade e desenvolvimento de outras complicações, como endocardite, abcesso epidural e artrite. Normalmente, as infecções por cateter venoso central são causadas por Staphylococcus spp,  Candida sp, e Enterococus spp. O paciente que está em um leito de terapia intensiva tem três vezes mais risco relativo de morte por infecções hospitalares graves do que um paciente fora da UTI, além de que pacientes em tratamento dialítico já tem uma imunodepressão considerável. 2. Objetivo: Descrever a atual literatura sobre as infecções nosocomiais provenientes dispositivo venoso central em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. 3. Métodos: Para realização da revisão, houve um levantamento bibliográfico não sistemático nas principais bases de dados da área da saúde com descritores: Cateteres Venosos Centrais, Hemodiálise, Infecção Hospitalar, Unidades de Terapia Intensiva e suas respectivas traduções em inglês nas bases de dados internacionais. 4. Resultados: Segundo os artigos, embora apresente uma série de vantagens, o CVC representa o principal fator de risco para infecção primária da corrente sanguínea (IPCS), quando comparado a outros tipos de acesso, além de estar relacionado a maior risco de mortalidade e/ou desenvolvimento de outras complicações, como endocardite, abcesso epidural e artrite, além de formação de trombos, que podem levar a embolias. Ademais, as Infecções da Corrente Sanguínea Relacionada ao Cateterismo (ICSRC) aumentam o tempo de internação e estão diretamente ligadas aos cuidados de assepsia e antissepsia dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas da UTI, ao sistema imune do paciente. Consequentemente, maior é a manipulação dos pacientes, submissões a várias formas de instrumentação invasiva e a utilização de drogas imunossupressoras e antimicrobianas, que favorecem a baixa imunidade e a proliferação e resistência microbiana As ICSRC nas UTIs destacam-se pela sua frequência e importância, pois, apesar de 10% dos leitos de um hospital serem de terapia intensiva, as infecções hospitalares graves têm maior prevalência nessas unidades e o risco relativo de morte do paciente eleva-se aproximadamente em 300%. Nos Estados Unidos ocorrem anualmente um número estimado de 250.000 a 500.000 casos de ICSRC, gerando um nível de 10 a 30% de mortalidade. Já no Brasil, essa taxa está em torno de 10,6% a 16,7%.

    Devido as altas taxas de ICSRC, a principal preocupação das equipes hospitalares é diagnosticar fidedignamente o paciente com infecção pós-cateterismo, principalmente tendo o conhecimento de que a maior parte da população em tratamento dialítico tem uma imunodepressão considerável. Essa atenuação do sistema imune, normalmente, é causada pelo desequilíbrio de eletrólitos, desnutrição e anemias, o que influencia diretamente nos altos níveis de mortalidade dentro das UTIs, acarretando no diagnóstico tardio ou incerto, o qual leva a terapias ineficazes e uso inadequado de medicamentos, por falta de diagnósticos corretos de infecção nosocomial. 5. Conclusão: O uso do cateter venoso central para hemodiálise é comum e traz muitos benefícios para o paciente que necessita de tratamento imediato. Por esse motivo, é de extrema importância identificar os fatores de risco para o desenvolvimento de infecção que permitam nortear a elaboração e adoção de protocolos. Essas medidas contribuem para a redução nos índices de infecção e, consequentemente, garantem um cuidado de qualidade aos pacientes que necessitam de hemodiálise. Com isso, há a necessidade de pesquisas que identifiquem os principais microrganismos que causam infecções intra-hospitalares, com o intuito de definir a melhor terapêutica a ser conduzida no paciente, otimizando o tempo de tratamento e proporcionando maior chance de vida ao indivíduo.  Diante disso seria possível evitar o aumento da mortalidade, o aumento do custo – com um menor tempo de internação e com um controle dos medicamentos e materiais utilizados, além da redução da formação de mecanismos de resistência em bactérias de área nosocomial.

  • Palavras-chave
  • Cateteres Venosos Centrais, Hemodiálise, Infecção Hospitalar, Unidades de Terapia Intensiva.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • I - ATENÇÃO À SAÚDE
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