Introdução: A hanseníase é caracterizada por ser uma doença crônica infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae. Há uma predileção natural do agente causal por nervos periféricos e a derme, características essas, que moldam um padrão de manifestações clínica da doença que propicia seu reconhecimento e diagnóstico na maior parte dos casos. Todavia, apesar de ser uma doença curável em todas as suas formas, ainda é uma doença ocultada pelos próprios pacientes, os quais se recusam a receberem um tratamento médico, devido ao preconceito, estigma e desconhecimento, sendo estes, uma das causas da manutenção da doença. Identificar a localidade com maior freqüência de casos notificados de hanseníase no município de Porto Nacional e traçar o perfil epidemiológico destes casos para elaborar planos de ação de conscientização e sensibilização da população mais afetada por essa doença. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos pelo Centro Epidemiológico/SinanNET de Porto Nacional – TO. Uma busca realizada entre outubro e novembro de 2017, analisando 574 casos relatados de hanseníase no município em questão, no período entre 2005 a 2017. Foram verificados variáveis: bairro de residência, idade, escolaridade, raça, e sexo. Resultados: Dos 574 casos de hanseníase notificados no município de Porto Nacional – TO entre 2005 a 2017, o bairro mais afetado foi o Setor Vila Nova com 50 casos (8,71%). A população mais acometida foram os homens (53,8 %) de baixa escolaridade (20,7 %) da raça parda e negra (83,6 %), com idade média variando entre 20 – 40 anos (41,2%). Discussão: A prevalência do sexo masculino no município é uma característica observada em todo o Brasil. Já no Brasil em relação a raça os dados mostram uma prevalência em 2012- 2016 de 58,9 raça parda e no município em estudo, a maior prevalência foram o da raça parda e negra. Conclusão: Foi verificado um grande número de casos em um dos bairros mais pobres da cidade, com maior propensão aos homens com faixa etária de meia idade. Percebe-se então que a hanseníase não é só um problema de saúde, mas também econômico e social, cujo o rastreio da população mais acometida permite realizar ações de abordagem focal, a fim de, sensibilizá-los a adesão ao tratamento e a procura pelo diagnóstico precoce para reduzir a incidência da doença.
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