RESUMO
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) idealiza um mundo em que todas as mulheres e recém-nascidos recebam cuidados de qualidade durante toda a gravidez, parto e período pós-natal. A partir disso o ministério da saúde publicou um manual técnico com normas de atenção pré-natal, com a finalidade de oferecer referências para a organização da rede assistencial, capacitação profissional e normatização das práticas de saúde. Consta de três edições, sendo a última em 2000. Além dessa, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) lançou em 2014 a segunda edição do seu manual de assistência pré-natal. E os estados e municípios também produzem e adaptam manuais, visando à melhoria da qualidade do pré-natal em todo o país e as condições locais. A atenção básica é de grande valia na gravidez, devido principalmente a maior proximidade com usuário e através do seu papel na prevenção, promoção da saúde e no tratamento dos problemas que ocorrem durante o período gestacional e após parto. OBJETIVOS: Reconhecer a importância do manual técnico em assistência pré-natal. MÉTODOS: Para produção desse trabalho realizou-se levantamento integrativo dos últimos três manuais técnicos de assistência pré-natal do ministério da saúde, observando os principais pontos e diferença entre os mesmos e o manual de assistência pré-natal da FEBRASGO. RESULTADOS: Dentro do ciclo dos cuidados de saúde reprodutiva, os cuidados pré-natais (CPN) constituem uma plataforma para importantes funções dos cuidados de saúde, incluindo a promoção da saúde, o rastreio, o diagnóstico e a prevenção das doenças. O manual traz informações sobre acolhimento, a fim de conhecer a história e experiência da gestante; seguido pela organização da assistência pré-natal, que compreende a construção da qualidade no pré-natal, educação e saúde, visitas domiciliares, preparo para parto e nascimento humanizados- sendo esse último novidade a partir do segundo manual. Além disso, informa sobre as condições básicas para organização da assistência pré-natal, discorrendo sobre os principais recursos, insumos e área física que são necessários para uma assistência integral. Assistência essa, que compreende o diagnóstico da gravidez, apresentação do calendário de consultas, as consultas e padronização de procedimentos e condutas para evitar erros. O caderno também traz atenção para os fatores de risco na gravidez, solicitando sempre a realização do controle do peso e da pressão arterial, verificação de edema e medida da altura uterina e acompanhamento do crescimento fetal e ausculta dos batimentos cardiofetais; e após a identificação dos mesmos, interpretação dos indicadores e para cada achado uma conduta padronizada. Por fim, a vacinação antitetânica, os exames laboratoriais e a assistência odontológica também fazem parte da rotina do pré-natal. Após a terceira edição, o teste anti-HIV e o esquema para detecção de diabetes mellitus gestacional passaram a fazer parte do manual. Já a FEBRASGO traz um olhar ampliado para a assistência pré-natal, explorando as queixas e intercorrências mais frequentes, abordando situações especiais como, anomalias na duração da gravidez, como prematuridade e pós-datismo. Assim como, gravidez na adolescência, gemelidade, idade materna acima de 35 anos e pós-fertilização in vitro. Além disso, discorre sobre aspectos emocionais, éticos e trabalhistas. E repercussões na gestação e no puerpério devido cirurgia bariátrica. Dessa forma, vemos que um manual complementa o outro. CONCLUSÃO: Os cuidados pré-natais constituem uma oportunidade para comunicar e apoiar as mulheres, as famílias e as comunidades, em fases críticas da vida das mulheres. O manual vem para auxiliar o profissional a tornar real uma assistência humanizada e integral a mulher grávida e o recém-nascido. Está comprovado que, com a implementação oportuna e adequada de práticas baseadas em evidências, os CPN podem salvar vidas. Melhorar a assistência à saúde depende também da atenção que cada profissional dedica à sua paciente. Mas, para que a gravidez transcorra com segurança, também são necessários cuidados da própria gestante, do parceiro e da família. Embora, nas últimas décadas, a cobertura de atenção ao pré-natal tenha aumentado, garantir sua qualidade permanece como o maior desafio. Essa melhoria da qualidade refere-se a uma mudança na atitude dos profissionais de saúde e na eficiência e presteza dos serviços. Portanto, é preciso potencializar os recursos humanos e materiais existentes para o progressivo enfrentamento da morbimortalidade materna e perinatal.
PALAVRAS-CHAVE: Gravidez; Cuidado Pré-Natal; Atenção Primária a Saúde
Assistência Pré-natal: Manual técnico/equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. - 3ª edição - Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde - SPS/Ministério da Saúde, 2000.66p.
Assistência pré-natal: normas e manuais técnicos / equipe de colaboração: Martha Ligia Fajardo... [et al.]. - 3º ed. Brasília: Ministério da Saúde, 1998. 62p.
Assistência pré-natal: normas e manuais técnicos. Brasília Centro de Documentação do Ministério da Saúde 1988 2.- edição. (Título da 1.- edição: Pré-natal de Baixo Riscol
PEIXOTO, Sérgio Manual de assistência pré-natal / Sérgio Peixoto. -- 2a. ed. -- São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2014.
VIELLAS, Elaine Fernandes, et al. Prenatalcare in Brazil. Cadernos de saude publica, 2014, 30: S85-S100.
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