ANÁLISE DE DETERMINANTES INTERPESSOAIS E INTRAPESSOAIS QUE NORTEIAM AS RECAÍDAS NO CONTEXTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA - UMA PERSPECTIVA INDIVIDUAL, FAMILIAR E PROFISSIONAL: RUMOS DE UMA PESQUISA CIENTÍFICA

  • Autor
  • Jéssica Moreno Cordeiro
  • Co-autores
  • Julyana de Souza Araújo , Júlia Romana de Santana Costa , Fábio Dias Nogueira , Débora Cristina Mendes Figueira , José Lopes Pereira Júnior
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual divulgou os dados em seu Relatório Mundial sobre Drogas Organização das Nações Unidas, cerca de 29,5 milhões de pessoas da população adulta mundial usam drogas de forma problemática, agravando ainda mais os conflitos sociais decorrentes das desigualdades e da falta de oportunidades, favorecendo o crescimento dos índices de criminalidade nos mais diversos países . Assim, a dependência química é considerada de natureza complexa e interdisciplinar, sendo que seu tratamento é um processo dinâmico, complicado e doloroso. Diante disso, é preciso estratégias de tratamento que abranjam toda a magnitude dos fatores envolvidos (biologia, família, cultura, sociedade). Sendo que estas devem levar em conta ainda dois agravantes, a baixa adesão e a falta de motivação para o tratamento, os quais acarretam frequentes recaídas . Nesse contexto, faz-se necessário conhecer os determinantes que norteiam recaídas ao consumo de drogas, podendo com isso intervir de forma positiva visando melhores resultados ao indivíduo e à sociedade. OBJETIVO: Analisar os determinantes interpessoais e intrapessoais que norteiam as recaídas no contexto da dependência química. MÉTODOS: Trata-se de um estudo com abordagem de revisão bibliográfica nas plataformas Bireme, Scielo e Pubmed usando os descritores “ recaídas “, “ dependência química”, “ drogas” nos idiomas português, espanhol e inglês. O corte temporal dos artigos restringiu-se aos últimos 5 anos, sendo excluídos aqueles que não adequavam-se aos objetivos propostos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi cumprido o percurso metodológico descrito. Na amostra final, 4 artigos foram apresentados, englobando 66 indivíduos. Todos os estudos foram realizados no Brasil, sendo que 3 pertenciam à autores da enfermagem e 1 da psicologia. Quanto ao desenho dos estudos, houve homogeneidade, sendo que todos utilizaram a abordagem qualitativa. Os estudos foram publicados nos anos dentre 2002 e 2018. Dos artigos selecionados, 3 utilizaram determinantes intrapessoais e interpessoais para delimitar as experiências atribuídas como motivos de recaída pelos dependentes químicos em processo de tratamento. Dentre estes, como determinantes intrapessoais, foram elencados: autoeficácia, expectativa de resultado, motivação, enfrentamento, estados emocionais, fissura, enfrentamento, ânsia, prazer ilusório e momentâneo proporcionado pela droga, dificuldade com as frustrações e dependência orgânica. Quando tais motivos são citados, percebe-se que a procura por drogas funciona para que o usuário se sinta bem consigo, como uma necessidade para amenizar problemas emocionais e físicos. Como determinantes interpessoais, foram elencados: apoio social, influência sofrida por amigos como uma tentativa de aceitação, coesão do ambiente familiar, frequência a lugares que facilitam a aquisição e contato próximo com a droga, conflitos sociais e situação empregatícia. O último artigo seguiu uma especificação temática dividida em três temas, sejam estes: tentativas de recuperação, onde essa temática se molda a partir de experiências vividas durante o consumo de drogas ou como uma tentativa de reaproximação familiar. Experiência da abstinência tendo seu processo dificultado pelo processo de manutenção. Experiência da recaída, sendo esta estimulada por fatores interpessoais e intrapessoais. CONCLUSÃO: Conclui-se que os fatores envolvidos referem-se à aspectos pessoais , tais como emocionais e fatores externos frustrações familiares. Ressalta-se ainda que o processo de abandono ao uso de drogas é complexo e multifatorial.

  • Palavras-chave
  • Dependência, Entorpecentes, Recidiva
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • I - ATENÇÃO À SAÚDE
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