INTRODUÇÃO: A doença do refluxo gastro esofágico (DRGE) é considerada uma patologia crônica de comprometimento sistêmico e origem multifatorial. Desencadeada por falhas anatômicas ou funcionais dos mecanismos do conteúdo gástrico e duodenal e contato com as mucosas tanto esofágicas quanto faríngeas e orais, acarreta vários sinais e sintomas extra esofágicos que podem afetar a cavidade oral na forma de lesões teciduais ou não. De acordo com Elisabete Rebotim , 2015 o fator tempo deve ser considerado pois se este contato for prolongado e continuo trará complicações morfológicas e funcionais aos tecidos, além de estresse, falta de higiene oral, fragilidade do epitélio da cavidade oral e baixa imunidade podem favorecer a regurgitação ácida.
OBJETIVO: Descrever manifestações de sinais e sintomas da cavidade oral relacionados à doença gastro esofágica.
MÉTODO: Revisão de literatura com buscas realizadas em bases de dados bibliográficos de artigos publicados em português e inglês e indexados em plataformas, como Scielo, Google Acadêmico, periódicos e revistas de odontologia. Foram selecionados artigos como critério fundamental de inclusão e exclusão os que ressaltavam sobre doença do refluxo gastro esofágico, manifestações orais e cirurgião-dentista.
RESULTADO: Como sintomas mais comuns da DRGE podemos destacar, sialorréia associada à pirose, regurgitação ácida, dor retroesternal, náusea, disfonia, inflamação posterior da laringe e das pregas vocais, tosse crônica e pigarro ( KÉSSIA GUIMARÃES, 2018). A DRGE possui vários fatores e apresenta manifestações orais, pois o refluxo gástrico ao atingir a cavidade oral pode provocar lesões nos tecidos moles ou nos dentes. É uma patologia crônica que requer tratamento capaz de eliminar sintomas e corrigir fatores agravantes. As manifestações orais podem constituir uma ferramenta muito útil que auxilia no diagnostico dessas patologias, sendo elas específicas ou não, até mesmo secundárias a uma deficiência nutricional resultante da própria doença gastrointestinal. Existe uma diversidade de síndromes extra esofágicas relacionadas a DRGE, sendo que aquela que afeta a cavidade oral manifesta-se por lesões de erosão dentaria geralmente como consequência da ação do ácido em conjunto com outros fatores, alteração na microbiota oral, lesões da mucosa oral, halitose, disfagia e outras alterações salivares (MARILIA MOREIRA, 2018). O cirurgião-dentista, principalmente o estomatologista desempenha um papel extremamente relevante no diagnóstico e reabilitação desses pacientes.
CONCLUSÃO: Existe a necessidade de mais estudos envolvendo casos clínicos ou mesmo estudos longitudinais para aprofundar o conhecimento dos mecanismos e consequências da DRGE, sendo importante considerar sempre o fator tempo (muitas destas lesões surgem a médio / longo prazo). Estudos mais recentes e outras investigações devem ser realizados, que busque conhecer os atuais hábitos e estilo de vida das pessoas, bem como os agentes etiológicos ou fatores de risco associados à DRGE.
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