Introdução: a sífilis congênita é um problema de saúde pública no Brasil, afetando o recém-nascido e refletindo falhas no acompanhamento pré-natal. A transmissão vertical dessa infecção pode resultar em sérias complicações, como morte fetal, prematuridade, baixo peso ao nascimento, surdez, cegueira e alterações ósseas e neurológicas. Apesar das estratégias de prevenção, os índices dessa infecção permanecem elevados devido à falta de acesso a cuidados de saúde e à escassez de diagnóstico precoce. Objetivo: o presente trabalho pretende quantificar o número de nascidos com sífilis congênita no Rio Grande do Sul (RS), analisar os fatores contribuintes para a ocorrência dessa condição e propor medidas para a prevenção e controle, visando reduzir a prevalência e melhorar as condições de saúde materno-infantil. Metodologia: este estudo analisou descritivamente os casos confirmados de sífilis congênita notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no RS, de 2020 a 2024, a partir de dados obtidos no DATASUS, examinando sua distribuição temporal e epidemiológica. Ademais, foram revisados protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas publicados pelo Ministério da Saúde para complementar a análise dos achados. Resultados e Discussão: os dados de prevalência de sífilis congênita no RS, durante o período analisado, apresentaram variações. Em 2020, houve 1.831 casos, aumentando para 2.067 em 2021. Em 2022, os registros caíram para 1.925, e em 2023, para 1.691. Já em 2024, até 30 de junho, foram notificados 695 casos. É importante destacar que, como a última atualização abrange apenas a primeira metade do ano, não é possível afirmar que essa diminuição seja uma tendência para o ano inteiro. Em vista de ainda termos um alto número de casos notificados, evidencia-se a necessidade de intensificarmos as políticas públicas referentes a tal infecção. Considerações finais: podemos inferir, a partir dos dados analisados, que o número de casos de transmissão vertical de sífilis, no estado, vem diminuindo, provavelmente graças ao amplo acesso à preservativos, testes rápidos e acompanhamento pré-natal de qualidade. Contudo, os números ainda são alarmantes, haja vista as consequências que essa infecção pode trazer ao recém-nascido. A persistência dessa infecção está relacionada à falha no pré-natal, como a ausência ou atraso nos testes rápidos, que dificulta o diagnóstico e tratamento adequados. Para um bom controle da doença, as equipes de saúde devem buscar ativamente as gestantes, de modo a garantir um correto acompanhamento pré-natal e a realização dos testes rápidos. Também é importante testar e tratar a parceria sexual da gestante, caso essa esteja infectada, a fim de interromper a cadeia de transmissão. Além disso, fatores como as políticas de prevenção e as modificações nos métodos de notificação podem impactar tais dados, fazendo-se necessário um monitoramento que garanta a eficácia das intervenções de saúde pública.
Apresentação E-banner
Comissão Organizadora
Saúde Vital
yasmim santos de oliveira
Taciele do Nascimento Santos
Comissão Científica
beatrizaraujospn@gmail.com
Roberto Luiz Ferreira Soares
Natália Santos Franco
1ª Edição