Introdução: O uso da chupeta é comum entre lactentes e crianças pequenas, muitas vezes para conforto e regulação emocional. No entanto, quando mantido após os dois anos, pode afetar negativamente o desenvolvimento orofacial (Ferrari; C. F; R, 2017). O sistema estomatognático — mandíbula, maxila, músculos da mastigação, lábios, língua e bochechas — pode ser comprometido, prejudicando funções como respiração, deglutição, mastigação e fala (Moraes et al., 2021). Essas alterações exigem atenção multiprofissional, com foco na atuação fonoaudiológica preventiva e terapêutica. Objetivo: Analisar a influência do uso prolongado de chupeta no desenvolvimento orofacial de crianças, identificando possíveis alterações estruturais e funcionais relacionadas a esse hábito. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura com análise parcial de dados observacionais. A busca foi realizada nas bases SciELO e LILACS, com os descritores: “chupeta”, “hábitos orais”, “desenvolvimento orofacial” e “fonoaudiologia”. Após a triagem dos resumos, 5 artigos publicados entre 2015 e 2024 foram selecionados e lidos na íntegra por abordarem a relação entre o uso prolongado da chupeta e alterações orofaciais. Resultados e Discussão: A literatura mostra que o uso prolongado da chupeta está fortemente associado a alterações no desenvolvimento orofacial. As principais consequências incluem mordida aberta anterior (em cerca de 70% dos estudos), mordida cruzada posterior e atresia de maxila. Esse hábito favorece a respiração oral, geralmente acompanhada de hipotonia labial e interposição lingual na fala e deglutição. Também há déficits articulatórios, especialmente nos fonemas /s/, /z/, /t/ e /d/, comprometendo a linguagem oral. Segundo Marques et al. (2018), até mesmo chupetas “ortodônticas” podem causar alterações quando usadas por mais de 24 meses. A gravidade dos danos está relacionada à frequência e intensidade do uso. Brito et al. (2019) reforçam essa associação, ligando o uso prolongado a atrasos nas funções orofaciais e alterações miofuncionais que afetam alimentação, fala e respiração. Ressalta-se, assim, a importância da orientação precoce e da atuação fonoaudiológica preventiva e interventiva. Considerações Finais: O uso prolongado da chupeta representa risco ao desenvolvimento orofacial, com alterações na oclusão dentária, dificuldades miofuncionais e prejuízos na fala e respiração. A atuação fonoaudiológica, em parceria com pediatras, odontopediatras e educadores, é essencial na prevenção e reabilitação. Campanhas em escolas e orientações aos responsáveis são fundamentais para eliminar o hábito e promover a saúde orofacial infantil.
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