Introdução: O refluxo gastroesofágico (RGE) em bebês, além de representar um fenômeno fisiológico comum nos primeiros meses de vida, pode ser influenciado por aspectos emocionais e estar relacionado com a interação entre mãe e filho. Estudos recentes têm apontado que o vínculo afetivo precoce, especialmente durante os momentos de alimentação, exerce influência direta sobre a manifestação e a manutenção de sintomas psicossomáticos em bebês. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa na base de dados Pubmed e Scielo, com as palavras-chave “refluxo gastroesofágico”, “aleitamento materno”, “criança”, utilizando o descritor booleano “AND” entre elas. Foram selecionados três artigos originais, produzidos nos últimos 5 anos, que respondem à seguinte questão norteadora: “Qual a relação entre o refluxo gastroesofágico e o período de aleitamento materno?”. Foram excluídos artigos de revisão de literatura, artigos produzidos há mais de 5 anos e os que fogem do objetivo proposto. Objetivo: Analisar como variáveis emocionais, comportamentais e clínicas se relacionam com a ocorrência do RGE, considerando o papel da mãe, a qualidade do vínculo e os fatores orgânicos do bebê. Resultados: Nota-se que, nos casos em que há questões emocionais maternas, como insegurança, ansiedade e dificuldades com cônjuge, há maior probabilidade de surgirem sintomas psicossomáticos nos bebês, como o refluxo. No estudo clínico com díades mãe-bebê, observou-se interação negativa com a alimentação em casos de bebês com RGE, com dificuldade materna de compreensão dos sinais do bebê e menor evidência dos sinais do bebê para com a figura materna. Por outro lado, nota-se que a aplicação da massagem infantil, duas vezes por semana, apresentou possível melhora nessas interações. No caso dos prematuros extremos, apesar de o RGE estar presente em alguns quadros, não se mostrou fundamental nos atrasos alimentares; complicações como displasia broncopulmonar e riscos neurológicos exerceram maior influência, sendo o uso de leite materno um fator positivo para a progressão alimentar. Discussão: A análise dos estudos permite compreender o RGE infantil como um fenômeno multifatorial, em que aspectos fisiológicos, emocionais e relacionais agem de forma conjunta e influenciam o prognóstico de tal alteração. A condição pode tanto refletir disfunções orgânicas quanto representar uma resposta do corpo do bebê diante de falhas na comunicação afetiva com a mãe. Considerações finais: Diante disso, torna-se evidente a necessidade de uma abordagem interdisciplinar no acompanhamento desses casos, que envolva o olhar da psicologia, da medicina e da enfermagem, para o desenvolvimento de estratégias que visem melhorar o vínculo da díade mãe-filho, com maior contato físico e acompanhamento das questões emocionais maternas. Assim, o manejo do RGE será abrangente e eficiente.
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