INTRODUÇÃO: A obesidade, que em 2022 já afetava mais de 890 milhões de pessoas, aumenta o risco de várias doenças. A cirurgia bariátrica é um procedimento destinado ao combate a obesidade, que envolve a modificação do sistema digestivo. Embora resulte em perda de peso, a cirurgia gera alterações metabólicas que afetam a absorção de nutrientes, podendo resultar em desnutrição crônica. OBJETIVO: Analisar as alterações metabólicas decorrentes da cirurgia bariátrica com foco na absorção de substâncias essenciais para o organismo. METODOLOGIA: Esta revisão integrativa foi realizada a partir da busca nas bases de dados eletrônicos PubMed e SciELO, sendo selecionados artigos que atendessem o objetivo proposto, Foram incluídos artigos originais publicados entre 2018 e 2023 escritos em inglês e português. Foram desconsiderados revisões bibliográficas, resumos e meta-análises. Ao final, foram selecionados 15 artigos. RESULTADOS: A partir da análise da literatura, mostrou-se uma alta incidência de deficiências nutricionais após a cirurgia bariátrica especialmente com a técnica de derivação gástrica em Y de Roux (DGYR) – a mais utilizada. Além da alta taxa de reganho de peso (40%) após 5 anos de DGYR, nota-se complicações como desnutrição grave (4,7%), redução dos níveis séricos de hemoglobina e hematócrito. Após o primeiro ano da operação, observou redução das concentrações de proteínas totais e vitamina B12, o déficit mantém-se em uma prevalência que varia entre 19% e 35% dos pacientes. A ferritina diminuiu significativamente até o segundo ano de pós-operatório. Também observou redução das concentrações séricas de zinco, cálcio e aumento de sódio e potássio, o que impacta em até 50% de pacientes com doença óssea metabólica e colelitíase. Em outro estudo, comparou-se as técnicas DGYR e a Sleeve e de modo geral a DGYR demonstra maior deficiência em relação ao ferro, ferritina e vitamina B12. CONCLUSÃO: Apesar dos resultados favoráveis associados à cirurgia bariátrica, as deficiências nutricionais são muito comuns devido às alterações da ingestão alimentar, bem como a redução da capacidade gástrica e da superfície intestinal. Nota-se um problema relevante para aqueles que não possuem condições financeiras para arcar com a suplementação necessária visto o alto número de realização dessa cirurgia pelo SUS.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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