INTRODUÇÃO: A incidência de câncer (CA) de pele vem aumentando e seu prognóstico depende do tipo de CA e estágio no momento do diagnóstico, esse quando precoce leva a aumento da sobrevida. A dermatoscopia é uma ferramenta diagnóstica não invasiva que auxilia na identificação de aspectos morfológicos de lesões cutâneas. Apesar disso, regiões do Brasil e mundo apresentam disparidades no acesso aos cuidados dermatológicos. Assim, tem-se realizado teleconsultas e aumentado as pesquisas sobre ferramentas, como a teledermatoscopia (TD), que possam auxiliar no diagnóstico e acompanhamento de neoplasias cutâneas. Os estudos a respeito da TD ainda são incipientes. OBJETIVO: Sintetizar as evidências a respeito do uso da TD como ferramenta de apoio ao diagnóstico do CA de pele. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa. O levantamento dos artigos ocorreu por busca nas bases de dados PUBMED e BVS, sendo considerados trabalhos publicados nos últimos 10 anos e excluindo-se os não originais. Foram utilizados os descritores “Neoplasias cutâneas”, “Teledermatologia” e o termo “Teledermatoscopia”, entremeados pelo uso do operador booleano “AND” e “OR” (para os dois últimos termos). RESULTADOS: A TD reduz barreiras geográficas, aumentando o acesso a cuidados especializados. A maior parte dos estudos referiu-se à utilização da TD móvel, por meio de autoexame. Em geral os participantes concordaram que o uso da ferramenta foi fácil e os motivou a realizar o autoexame com maior regularidade. Dificuldades foram encontradas, dentre elas a captura de imagens nítidas, necessidade de auxílio de outras pessoas para algumas áreas e realização do upload das imagens. Quanto ao desempenho diagnóstico, em geral foram encontradas maior sensibilidade e especificidade para a TD do que para imagens clínicas, podendo ser utilizada como instrumento para triagem, diminuindo encaminhamentos para excisão desnecessária. Ademais, é uma opção economicamente viável para pacientes e profissionais. CONCLUSÃO: Conclui-se que a TD apresenta-se como ferramenta promissora para o diagnóstico precoce e vigilância de lesões específicas, otimizando o agendamento médico e melhorando a conveniência do paciente, bem como o acesso e a prestação de cuidados de saúde. No entanto, são necessárias mais evidências para a inclusão da tecnologia de autoexame pela TD para benefício da saúde pública.
Comissão Organizadora
Natállia Gabriela Silva Gomes
Comissão Científica