INTRODUÇÃO: A coinfecção por Dengue e COVID-19 representa um desafio clínico complexo devido à sobreposição de sintomas e complicações potenciais. A interação entre esses vírus pode resultar em uma resposta imunológica exacerbada, contribuindo para um curso clínico mais grave. Neste contexto, investigar as consequências da coinfecção de Dengue e COVID-19 é essencial para aprimorar a abordagem clínica e epidemiológica dessas condições. OBJETIVO: Analisar a presença de fatores clínicos e laboratoriais que estão relacionados ao agravamento do quadro da coinfecção de Dengue e COVID-19. METODOLOGIA: Esta revisão sistemática da literatura foi realizada utilizando PRISMA e Cochrane Handbook para Scopus e seis artigos foram selecionados para análise. Realizamos buscas utilizando os termos ‘Coinfecção’, ‘COVID-19’ e ‘Dengue’ nas seguintes bases de dados: MEDLINE (por PubMed), Scielo, Karger, Google Acadêmico e ClinicalTrials.gov. RESULTADOS: Conforme a análise de dados dos estudos selecionados, foi possível perceber que os sintomas mais comuns da coinfecção COVID-19/Dengue foram febre, dispneia, dor de cabeça e tosse. Dentre os achados laboratoriais recorrentes destacaram-se a trombocitopenia, linfocitopenia, elevação das transaminases e leucopenia, sendo que os agravos da coinfecção incluíram choque séptico, síndrome de dificuldade respiratória aguda e falência múltipla de órgãos, tendo um pior prognóstico em relação às taxas de mortalidade, maiores admissões nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e prolongamento nas internações hospitalares. Além disso, observaram-se complicações graves no caso do acometimento dessas infecções simultaneamente na gestação, sendo que dois desfechos observados foram: 1) a ruptura prematura da membrana e restrição de crescimento intrauterino do feto; 2) mortalidade materna e morte fetal intrauterina. CONCLUSÃO: Diante da análise dos dados apresentados, fica evidente que a coinfecção por Dengue e COVID-19 representa uma preocupação significativa devido aos sintomas sobrepostos e às complicações graves associadas. Os resultados destacam a necessidade urgente de uma abordagem integrada para lidar com essa condição, tanto do ponto de vista clínico quanto epidemiológico. Além disso, ressalta-se a importância da vigilância contínua e da pesquisa para entender melhor os mecanismos subjacentes e desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
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