INTRODUÇÃO: O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição complexa que afeta o desenvolvimento sociocomunicativo, interesses e comportamentos. Inicialmente, pensava-se que o TEA era cerca de três vezes mais prevalente em meninos, porém estudos recentes indicam uma proporção mais equilibrada entre os gêneros. O TEA na infância se manifesta com sintomas neurológicos evidentes, enquanto em adolescentes e adultos, especialmente em mulheres com habilidades comunicativas e cognitivas mais desenvolvidas, os sintomas podem ser camuflados, levando a diagnósticos tardios e complicações emocionais como transtornos alimentares e ansiedade. OBJETIVO: Investigar as manifestações clínicas específicas do transtorno do espectro autista em mulheres, visando identificar os desafios de diagnóstico e a necessidade de intervenções precoces e sensíveis ao gênero. METODOLOGIA: Para a elaboração da revisão integrativa de literatura, fez-se uma pesquisa em abril de 2024 na base de dados Publisher MedLine, utilizando os Descritores em Ciência e Saúde (DeCS): “autismo” e “diagnóstico” e “mulheres”. Foram utilizados 6 artigos nos idiomas inglês e espanhol, publicados entre 2021 e 2023. RESULTADOS: Mulheres com TEA apresentam manifestações clínicas diferentes, muitas vezes resultando em diagnósticos tardios ou equivocados devido à capacidade de camuflagem e imitação. Estima-se que o diagnóstico de autismo em mulheres ocorra com cerca de 8 anos de atraso em relação à primeira consulta. Essas mulheres têm maior probabilidade de serem diagnosticadas com outros transtornos psiquiátricos, tais como Transtorno Boderline, Transtorno Bipolar e Transtorno Obsessivo Compulsivo, antes do TEA ser identificado. Os instrumentos diagnósticos atuais tendem a ser baseados na apresentação masculina do TEA, resultando em subdiagnóstico em mulheres. CONCLUSÃO: O diagnóstico tardio ou errôneo do TEA em mulheres representa uma desvantagem significativa no acesso a tratamentos e serviços apropriados. A falta de reconhecimento das diferenças de gênero na apresentação do TEA pode levar a intervenções inadequadas. É essencial aumentar a conscientização sobre as características específicas do TEA em mulheres e desenvolver ferramentas de diagnóstico mais sensíveis ao gênero. O acesso a diagnósticos precoces e intervenções adequadas é crucial para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dessas mulheres.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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