INTRODUÇÃO: A adoção de eletroconvulsoterapia (ECT) no tratamento de doenças convulsivas graves foi uma das intervenções de maior impacto da Psiquiatria. As depressões graves caracterizam-se por sentimentos de tristeza e desesperança prolongados, atrapalhando a realização de atividades diárias e podendo ser acompanhada de delírios e alucinações. A ECT evidencia-se como o tratamento mais eficiente, consistindo na aplicação de correntes elétricas em focos cerebrais. Devido à carga histórica negativa que acompanha essa linha de tratamento, ela não é muito utilizada e permanece muito estigmatizada. Porém, há fortes evidências em relação à benefícios que sobrepassem os riscos, sendo estes transitórios e superáveis, ressaltando assim a importância de fornecer mais estudos e dados científicos que desmistifiquem a perigosidade de tal recurso terapêutico. OBJETIVO: Avaliar a eficácia e segurança de ECT no tratamento de doenças depressivas graves. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura, onde foram selecionados 5 artigos em inglês através da plataforma de busca da National Library of Medicine (PubMed), utilizando os descritores “ECT”, “MDD” e “Psychiatry”, complementados com os descritores booleanos “AND”. Enquadrando-se no período de 2019-2024, foram considerados apenas ensaios clínicos adaptativos, relatos de caso, conferência clínica, estudo clínico, entrevistas, estudos comparativos, ou ensaio clínico controlado. RESULTADOS: A literatura selecionada abrangeu a população adolescente, adulta e idosa portadores de doença depressiva grave, e demonstrou uma concordância dos grandes benefícios e segurança do emprego de ECT nestes quadros como escolha primária de tratamento ou para ser usado concomitantemente a outros medicamentos. Os maiores riscos abordados foram amnésia transitória e função cognitiva alterada após o tratamento. Porém, estes eventos foram transitórios e em todos os casos discutidos, foram normalizados com o avanço temporal. Ressaltou-se a importância do atendimento individualizado com o planejamento minucioso da intensidade e tempo de tratamento. CONCLUSÃO: A literatura concordou em relação à eficácia e segurança de ECT no tratamento de doenças depressivas graves em preferência à outros métodos. Apesar de alguns eventos indesejados como amnésia transitória, não foram observados prejuízos exacerbados, e a melhora clínica justifica o uso dessa terapêutica como escolha principal para o tratamento destes quadros.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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